segunda-feira, 7 de maio de 2018

A PRÁTICA DO AMOR NO COMBATE À MENTIRA - PARTE 1





TEXTO ÁUREO: 1 Timóteo 1:3-7

INTRODUÇÃO

A primeira epístola de Paulo a Timóteo tem como objetivo instruir este jovem pastor quando aos perigos dos falsos mestres que se infiltraram na igreja de Éfeso, como ele mesmo havia predito que acontecesse cinco anos antes (At 20:28-30). Ele exorta Timóteo a se opor corajosamente a esses homens maus e a sustentar a verdade das Escrituras. Além disso, Paulo tencionava instruí-lo a respeito de assuntos práticos com relação à adoração pública, as qualificações dos oficiais da Igreja e as relações com diversos grupos nela presentes, como as viúvas, os anciãos, os escravos e mesmos os falsos mestres. Paulo revela o seu cuidado com seu filho na fé, dando uma grande ênfase à piedade como a grande qualificação do ministro cristão.
A finalidade da presente admoestação, que compreende toda a epístola, é o amor e as suas qualidades próprias. Vemos, assim, que a presença do amor na vida da Igreja exclui os falsos ensinos. Não é possível amar verdadeiramente se não houver verdade na doutrina que é ensinada. Sem esta verdade, o próprio ensino já não provém do amor, de uma boa consciência, um coração puro ou uma fé sincera, mas de mentes cauterizadas que vivem e pregam a mentira, desviando os crentes da verdadeira fé e induzindo-os ao erro. O amor está presente na epístola como o fiel da balança, tendo a são doutrina como a medida certa de todas as coisas.


1. A CRENÇA CORRETA (vs. 3,4)

            A preocupação primordial do apóstolo Paulo ao escrever a sua epístola é o ensino contrário ao seu Evangelho que já vinha se infiltrando na Igreja de Éfeso através de “certas pessoas”, uma expressão indefinida que ele utiliza para não especificar ninguém. Todavia, mais adiante ele desmascara essas pessoas, indicando o seu caráter apóstata, baseado em espíritos enganadores e ensinos de demônios (4:1). A sua instrução a Timóteo é que ele admoeste essas pessoas, isto é, ordene-as que desistam de ensinar doutrinas contrárias (heterodoxia) àquela que já foi ensinada (ortodoxia).
O problema dos falsos mestres e suas heresias não era um problema exclusivo da comunidade de Éfeso, mas estendia-se por todas as igrejas do primeiro século, mesmo no início, quando ainda havia a presença pessoal dos apóstolos. A epístola de Paulo aos gálatas também visava corrigir ensinos contrários à doutrina apostólica que vinham se infiltrando naquela comunidade por meio dos judaizantes. Paulo exortou aos gálatas: “Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gl 1:9). A segunda epístola de Pedro também dá ênfase ao problema dos falsos profetas na igreja, afirmando que eles introduziriam na Igreja “heresias destruidoras” (2:1). Também Judas ocupou-se com este problema, deixando de escrever aos irmãos a respeito da salvação para exortá-los a batalharem pela fé evangélica, porque alguns homens ímpios haviam se introduzido na comunidade transformando em libertinagem a graça de Deus e negando a Cristo como único Soberano e Senhor (Jd 3,4).
A preocupação com a ortodoxia evangélica é dupla: a formação de heresias que deturpam o evangelho e as práticas erradas consequentes dessas heresias, que desvirtuam o caráter cristão, fomentando toda sorte de pecados. A crença equivocada sempre redundará em uma espiritualidade igualmente equivocada: a graça de Deus transformada em libertinagem. Quando a Igreja não crê da maneira correta, quando permite que o falso evangelho se instaure no seu meio, toda a sua piedade é afetada. A forma de pensar Deus e praticar a sua fé deixa de ser balizada pela verdade e passa a obedecer a mentira. Isto implica em orar, ofertar, amar, servir, evangelizar, obedecer, santificar-se e executar tantas outras ações comuns ao cristão de uma forma incorreta.
A própria prática do amor é afetada pela crença correta. O amor diz respeito à nossa forma de crer em Deus. Não basta ter fé, é preciso ter a fé correta, baseada na são doutrina, que é o Evangelho pregado por Cristo e pelos apóstolos. A doutrina de Cristo diz respeito à forma como devemos crer em Deus e as suas práticas resultantes, o que envolve amor pelas pessoas, seja por meio da exposição correta da verdade, seja pela forma como esta exposição é feita. Se não cremos da maneira correta, dificilmente amaremos com o amor de Deus, ou simplesmente não amaremos. A preocupação dos falsos mestres não está em edificar a Igreja, muito menos promover um serviço santo a Deus (v. 4). Ao contrário, eles causam discussões infrutíferas que acabam dividindo a Igreja. A solução para a questão está em alimentar-se “com as palavras da fé e da boa doutrina” (4:6).
Muito embora, no capítulo quatro, Paulo faça referência aos “últimos tempos”, a apostasia na Igreja já pode ser observada hoje, como desde aquele tempo já podia ser vista e combatida. Apegar-se à crença correta é a única forma de nos mantermos livres das heresias. Na Igreja moderna, as heresias tem-se infiltrado de uma forma não sorrateira, mas declaradamente contraditória, ensinando e estimulando práticas contrárias àquelas coerentes com as Escrituras. O neopentecostalismo trouxe à luz a Teologia da Prosperidade e toda a problemática que a envolve. Os pregadores que se servem desse estilo de doutrina não encontram barreiras para contradizerem a Bíblia e deturparem-na para servir aos seus próprios interesses, por meio de ensinos de demônios. Todas essas coisas refletem na qualidade moral não somente dos líderes desses movimentos, mas igualmente dos seus seguidores, que praticam uma fé materialista e mesquinha, onde o que está em vista não é o amor a Deus ou a busca pelo seu Reino, mas o amor e si mesmos e uma busca irresoluta pelos bens e prazeres deste mundo.

Mizael Xavier

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