quinta-feira, 1 de junho de 2017

VENCER É PRECISO




Vencer é preciso. Este é o título de uma música evangélica que afirma o que tantas outras falam sem cessar: vencer é preciso! Não existe espaço para derrota na vida do crente. Mas que vitória é esta tão pregada e tão cantada nas igrejas? É aquela em que o crente precisa alcançar a sua promessa, tomar posse da sua bênção e conquistar a sua vitória. É quase que uma obrigação, ao ponto de alguns pregadores afirmarem que o crente que não tem uma vida vitoriosa não tem fé. Muitos que não conseguem alcançar o padrão de vitória ensinado por esses falsos mestres se decepcionam com Deus ao ponto de abandonar a fé. Mas se a sua fé em Deus se baseava em apenas conquistar as suas bênçãos, na verdade não abandonaram fé alguma, pois nunca creram em Deus verdadeiramente. Essa teologia da vitória comporta pelo menos três características terríveis que precisamos conhecer. Primeira: é egoísta e egocêntrica. Retira Deus do centro da adoração e coloca o pecador e seus problemas. O culto não é uma adoração genuína a Deus, mas um momento de barganha por bênçãos, uma busca pelo sucesso pessoal, e isso jamais em termos espirituais, sempre materiais. O quadro é ainda pior quando vemos que a vitória sempre diz respeito ao "meu", jamais ao "nosso". Cada um chega diante de Deus em busca de resolver a sua situação, nunca a da comunidade. Segunda: essa teologia contradiz a Bíblia. A fé que a Palavra de Deus ensina é uma fé que vence o mundo, não que nos prende a Ele (1 Jo 5:3-5). Quem é nascido de Deus vence o mundo, não é vencido por ele. A fé vitoriosa em Cristo nos transporta para um reino celestial, não um poder terreno. As suas promessas são de vida eterna, não de prosperidade financeira. Esta vitória da fé envolve sofrimentos e privações, não nos isenta da dor nem afasta de nós a angústia. O Senhor nos garantiu que no mundo ainda passaremos aflições (Jo 16:33). Aquele que venceu o mundo por nós suportou aflições; não foi aplaudido, mas crucificado. O bom soldado de Cristo participada também do sofrimento (2 Tm 2:3). O apóstolo Pedro escreveu: “Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas” (1 Pe 2:21).   

Uma vitória que envolve o amor e o apego às coisas deste mundo e despreza o sofrimento vem do diabo, não de Deus. Não devemos amar o mundo nem as coisas do mundo, como afirmou o apóstolo João (1 Jo 2:15), “Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo” (v. 16). A vitória pregada hoje faz o caminho inverso: procura atender a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Terceira característica: esta vitória egocêntrica e mundana nos afasta daquilo que realmente importa: a mensagem da cruz, onde vemos o Filho unigênito de Deus dando a si mesmo em sacrifício para que aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16). Esta é a verdadeira vitória: a vitória de Jesus sobre o pecado e a morte para nos reconciliar com Deus e nos dar uma herança gloriosa nos céus (1 Co 15:55-57). Não somos vitoriosos por Deus nos livrar das tribulações, mas porque mesmo a própria morte não poderá nos separar do seu imenso amor (Rm 8:37-39). Vencer não é preciso se o centro da nossa vitória não é o Senhor Jesus. Adorar a Deus, obedecê-lo, ser-lhe grato, servi-lo, amá-lo, proclamá-lo é preciso. Deus tem prazer em nos abençoar, mas se esta é a razão pela qual o buscamos, já somos derrotados. A nossa vitória está nele pelo que Ele é, não por qualquer bênção que ele possa nos proporcionar. Como diz a letra da canção: “Não o adoro pelo que Ele faz, eu o adoro pelo que Ele é. Haja o que houver, sempre será Deus”. Em Cristo já somos mais que vencedores. Se o céu não é uma vitória suficiente para nós, Deus também não é. Sintamo-nos sempre abençoados, porque somos salvos pela graça de Deus, porque os nossos pecados são perdoados, porque nos tornamos seus filhos, porque fomos salvos da sua ira, porque Ele cuida de nós. O apóstolo Paulo escreveu aos efésios: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1:3). Qualquer bênção material que possamos receber não é nada para comparar com as bênçãos espirituais e eternas que já temos em Cristo.

MIZAEL XAVIER

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