segunda-feira, 22 de maio de 2017

EVANGELIZAÇÃO DE CRIANÇAS - CRIANÇAS VÃO PARA O INFERNO?




Ao ordenar a pregação do Evangelho a toda criatura, com certeza o Senhor Jesus estava incluindo as crianças, pois a sua vontade é que ninguém se perca (Mt 18:14), mas que todos cheguem ao arrependimento e sejam salvos (1 Tm 2:4; 2 Pe 3:9). O pecador irá para o inferno por sua própria vontade, direta ou indireta (Mt 25:41), e isto inclui os infantes. Uma das grandes questões a respeito do evangelismo e da salvação é se realmente as crianças vão para o inferno. Os argumentos contra envolvem questões emocionais, uma vez que um pai ou uma mãe não conseguem admitir que seu filho, ainda “inocente”, possa merecer o inferno. Isso traz inúmeras implicações. A primeira diz respeito à situação pecaminosa herdada pelo ser humano após a Queda. Se esta é uma condição para todas as pessoas que nasceram a partir de Adão, o que fica comprovado na carta de Paulo aos crentes de Roma, segue-se que todos já nascem debaixo de condenação, perdidos, carentes da glória de Deus, o que inclui as crianças, porque todos nascemos crianças (Rm 5:12). A segunda envolve a questão do merecimento: não existe nada que possamos fazer para merecer a salvação, inclusive sermos crianças. Não merecer ir para o inferno implica merecer ir para o céu. Todavia, a salvação não é por obras de mãos humanas, mas pela redenção que há em Cristo. Façamos algumas observações importantes sobre o evangelismo de crianças:


As crianças são pecadoras. É preciso aceitar o fato de que as crianças, assim como o rei Davi, nascem em pecado. Após reconhecer e confessar o seu pecado diante de Deus (Sl 51:1-4), Davi declara: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (v. 5). O seu pecado era fruto da sua natureza depravada herdada de Adão. No Salmo 58:3, ele mostra que a impiedade humana vem desde a sua concepção: “Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras”. Ninguém há de duvidar que desde sempre as crianças mentem! Pode existir alguma “mentira inocente”? Jó questiona: “Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce da mulher para que seja justo?” (Jó 15:14). Em sua conversa com Nicodemos, o Senhor Jesus deixa claro que aquele que não é nascido do Espírito, é nascido da carne (Jo 3:6). Isto significa duas coisas: ao nascermos somos carne, isto é, estamos debaixo de pecado; e somente pelo novo nascimento através do Espírito é possível haver a regeneração. Antes da regeneração, do novo nascimento, estamos mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2:1-3). Salomão afirma que “a criança se dá a perceber pelas suas ações, se o que faz é puro e reto” (Pv 20:11), o que significa que poderá não ser. Em Provérbios 22:15, ele diz que a estultícia (insensatez) está ligada ao coração da criança.
A inocência da criança está na sua falta de consciência com relação ao pecado que existe dentro dela. Pode-se argumentar que a criança é ainda mental e moralmente incapaz de deliberadamente praticar o pecado ou entender que aquilo que ela está fazendo é pecado, e por isso se torna desculpável diante de Deus. Logo, se ela morrer nesse estado de inocência, irá para o céu, pois “Deus não leva em conta os tempos da ignorância” (At 17:30), conforme argumento da lição sobre evangelismo de crianças do blog sub-ebd.blogspot.com.br. Entretanto, é preciso atentar que o texto não está fazendo referência à ignorância do pecado presente nas crianças. E mais: o autor também diz: “agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam”. O tempo da ignorância passou, agora temos o Evangelho, sabemos que estamos em pecado e que devemos nos arrepender e crer em Cristo para a salvação, porquanto Deus “estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (v. 31). Apenas o existir o argumento acerca do tempo da inocência e da ignorância com relação ao próprio pecado já denuncia que a criança nasceu em pecado. O pecado não é consequência de uma consciência madura, mas da Queda.  Portanto, devemos crer que as crianças nascem em pecado e, assim como os adultos, carecem de salvação.

Argumentos contra esses fatos. Quando alguém argumenta contra a condenação de crianças ao inferno, geralmente, como já foi dito, apela para o lado emocional, afirmando que Deus não seria injusto ao condenar um “inocente” à danação eterna. O site abibliaexplica.com.br questiona: “A Palavra do Senhor diz que Ele é o justo juiz (Salmos 7:11, Gênesis 18:25b). Ele é o Justo Juiz pelo fato de nunca cometer injustiças, isso porque como um Deus onisciente, tem todo o conhecimento da verdade e dos fatos. Apesar disso acredito que muitos cristãos se consideram juízes, pois afirmam categoricamente que uma criança que morre em seus primeiros anos de vida está condenada ao inferno”. Como argumento, o autor do estudo utiliza a salvação do ladrão ao lado de Jesus na cruz, que poderia ter sido condenado pelo nosso olhar julgador, mas que foi salvo pelo Senhor. Todavia, é certeza de que aquele ladrão não era criança. Ainda outros exemplos são utilizados na defesa da salvação de crianças: a morte do filho de Davi (2 Sm 12:23), a morte do filho da sunamita (2 Rs 4) e as crianças sacrificadas a Moloque (Ez 16:21). O autor questiona: “Esses pequeninos, que morreram nos braços ardentes de Moloque como criancinhas, eram filhos de Deus. Porventura esses inocentes não receberiam de Deus o descanso eterno, visto serem seus filhos?”.
Todavia, nenhum desses textos traz qualquer conteúdo com relação à salvação da alma nem dão apoio aos argumentos do autor do site. O próprio autor se contradiz quando argumenta que os filhos dos crentes não são necessariamente salvos. Ele declara: “Dessa forma, ao afirmar que as crianças poderiam ser salvas à parte da fé, mas não à parte de Cristo, o Evangelho não é comprometido”. Ele compromete ainda mais o seu argumento ao dizer: “Cristo salva adultos em conjunção com uma fé consciente; mas Cristo salva crianças à parte de uma fé consciente. Não somos salvos por causa da fé, mas por causa de Cristo. Nossa fé é uma manifestação da salvação. Ela não é a causa da salvação, mas o efeito da salvação”. Isto vai totalmente contra a doutrina da salvação que envolve o tripé: fé-arrependimento-conversão. Essa fé envolve consciência de um pecado que já existe e é condenatório. Por isso o batismo de infantes é biblicamente errado: a criança não tem consciência da sua condição caída, não pode ouvir a Palavra e raciocinar sobre o que escutou. Portanto, não pode ser salva e, por conseguinte, batizada. Lembremos que a questão aqui não é o batismo, mas a salvação em si, pois o batismo não é necessário à salvação, embora o catolicismo romano, por exemplo, pratique o batismo infantil como um meio de garantir que as crianças sejam salvas, como um dom especial de Deus. Mas isso não é bíblico.

Predestinação. Alguns argumentam que 100% das crianças que morrem antes de atingir a idade da razão estão predestinadas ao céu. Quando pensamos sobre isso, devemos recorrer à Bíblia para ver o que ela tem a nos ensinar. Quando fazemos isso, vemos que essa teoria não é bíblica. O que a Bíblia diz a respeito da predestinação é que Deus nos elegeu em Cristo antes da fundação do mundo e nos predestinou para Ele, “para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito da sua vontade”, conforme escreveu Paulo aos efésios (1:4,5). O objetivo dessa predestinação é para que sejamos para o louvor da sua glória, nós os que de antemão esperamos em Cristo (v. 12). Paulo escreve, ainda: “em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (v. 13). Como vemos, a predestinação envolve crer em Cristo após a escuta da Palavra da verdade. A salvação não é por outro meio senão a fé (Ef 2:8,9). Aquele que está predestinado a crer em Cristo para a salvação não morrerá sem antes crer, por isso muitas crianças creem a Jesus de coração sincero e o servem pelo resto de suas vidas. Há injustiça da parte de Deus em permitir que uma criança vá para o inferno? Pelo contrário, há imensa misericórdia em permitir que algumas vão para o céu. Deus tem misericórdia de quem lhe aprouver, segundo o beneplácito da sua soberana vontade. Assim, “não depende de quem quer ou de quem corre, mas em usar Deus a sua misericórdia” (Rm 9:15).

Delas é o Reino dos céus. Um argumento usado a favor da salvação de crianças está nas palavras de Jesus quando os discípulos queriam impedir que algumas crianças fossem até Ele: “Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus” (Mt 19:13,14). Se aceitarmos que, por meio desse texto, todas as crianças serão salvas, independente de crerem ou não em Cristo, devemos aceitar que todos os pobres também o serão, pois o Senhor afirmou em Lucas 6:20: “Bem-aventurados vós os pobres, porque vosso é o reino de Deus”. Então o fato de alguém ser pobre já lhe garante morada no céu? Quando lemos o texto de Lucas 6:20 na versão de Mateus 5:3, percebemos que esses pobres são “pobres de espírito” (ou “humildes de espírito”), indivíduos que se reconhecem falidos espiritualmente, carentes da uma salvação que não podem prover para si próprios e que somente Deus pode lhes dar. Quando lemos Mateus 19:13,14 na versão de Lucas 18:16, percebemos que o Reino de Deus não pertence às crianças porque elas são crianças, mas pertence àqueles que o recebem como uma criança. Jesus não está afirmando que todas as crianças estão salvas, mas está demonstrando uma predileção por elas, desejando que aqueles que se supõem religiosos e tementes a Deus, tomem-nas como exemplo de humildade, de subserviência e louvor a Deus (Mt 21:15,16; cf. Sl 8:2). Embora as crianças gozem de uma proteção especial de Deus (Mt 18:10), elas não estão livres das questões espirituais que possam afetá-las, a começar pela realidade do pecado. Em Marcos 9:14-29, encontramos a história de um jovem possesso por um espírito mudo desde a sua infância (v. 21). As crianças estão sujeitas a todas as investidas do diabo, a todas as influências da carne e à sedução do mundo, o que demonstra que são pecadoras e carentes de salvação.

Filho de crente, crente não é. Um dos grandes erros de muitas crianças, adolescentes e jovens que são filhos de crentes, que frequentam assiduamente uma igreja, que participam da escola bíblica, que realizam apresentações de dança e teatro em ocasiões especiais é achar que tudo isso as torna crentes. Muitos adultos frequentam a Igreja nessa mesma situação, servem do seu jeito, vivem uma vida religiosa, mas jamais aceitaram a Jesus como seu Senhor e Salvador. Mesmo que tenha sido educada dentro dos princípios da Palavra de Deus e, juntamente com sua família, pratique muitos desses princípios, ainda assim a criança precisa passar pela experiência da conversão para se considerar salva. A salvação não é uma doença transmitida de uma pessoa para outra ou uma molécula de DNA dos pais que passa a fazer parte intrinsecamente dos seus filhos. Todos devemos conhecer histórias de pastores que possuem filhos nas drogas;  de crianças que foram criadas dentro da Igreja e que pararam de frequentá-la assim que entraram na adolescência. Da mesma forma ouvimos histórias de crentes que estão firmes no Senhor e que se converteram ainda crianças, com menos de dez anos de idade, às vezes aos cinco anos. Quando Paulo fala, em 1 Coríntios 7:14 a respeito da santificação dos filhos pela presença de um crente na família, não está afirmando que esses filhos sejam crentes. Se assim o fosse, o marido descrente seria crente pela fé da esposa e vice-versa. Numa família de crentes, as crianças estão sob a influência de Deus por meio dos seus pais, o que não acontece numa família de descrentes, onde a influência é totalmente maligna.

O evangelismo começa em casa. As razões do evangelismo de crianças já ficaram óbvias. Além de serem pecadoras, elas possuem uma alma imortal (Ez 18:4). Ao invés de desanimar os pais, a realidade da condenação de crianças deve animá-los a educar seus filhos nos caminhos do Senhor, a orar por eles e evangelizá-los. Uma coisa é ensinar a criança a desenvolver valores cristãos, outra coisa é comunicar-lhe que esses valores só poderão ser desenvolvidos se ela se converter. Muitos pais querem que seus filhos tenham atitudes próprias de discípulos de Jesus sem eles jamais terem se tornado discípulos de Jesus. É preciso haver conversão. As crianças podem perfeitamente crer em Jesus e segui-lo conscientemente (Mt 18:6). Timóteo é um exemplo de como alguém desde criança pode se dedicar a Deus (2 Tm 3:15). O lar é o local onde o evangelismo de crianças deve começar. Se elas não tiverem o exemplo e a pregação dos seus pais, dificilmente aceitarão de outras pessoas. Este evangelismo no lar envolve:

·         Ensino. A apresentação do Evangelho por meio da educação dos pais é o contato mais direto que a criança terá com a Palavra de Deus. Os pais crentes devem educar os seus filhos na disciplina e na admoestação do Senhor (Ef 6:4). Em Provérbios 22:6, Salomão nos instrui: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”. A criança que cresce num lar cristão deve receber instruções morais baseadas na Bíblia, aprendendo a amar a Deus e a obedecê-lo, sendo íntegra, justa, obediente, honesta, amorosa, praticante do bem, solidária, amante da Bíblia. Ela deve ser estimulada a ter intimidade com Deus por meio da oração. O ensino da palavra de Deus no lar leva a criança ao desenvolvimento mental (Pv 1:1-4; Sl 119:130), físico (Pv 3:2; 4:20-22), emocional (Sl 119:24, 25, 40, 44, 45, 49, 50, 88, 93, 107, 154, 165), social (Pv 3:1-4; Sl 119:23, 24, 42, 51, 52), moral e espiritual (Pv 3:1-3; 4:4-12; 6:6-27; Sl 119:9-11,24, 29, 30, 59, 60, 163).
·         Testemunho pessoal. Diante de tudo o que é ensinado à criança a respeito de Deus e da sua Palavra, o exemplo dos pais é que falará ainda mais alto. Não adianta ensinar à criança algo que ela percebe no próprio testemunho dos pais que aquilo não está sendo verdade, não é praticado. Os pais precisam educar os seus filhos por meio de um testemunho coerente, praticando aquilo que ensinam.
·         Evangelização. Por fim, o ensino e o testemunho pessoal devem vir acompanhados da evangelização. Isto é: a criança deve ser orientada quanto à realidade do seu pecado e a necessidade de crer em Jesus para ser salva. A prática da Palavra só é possível a partir da conversão, quando o pecador recebe o Espírito Santo que o estimula e capacita para praticá-la. A educação cristã para aqueles que não são crentes serve como um ensino moral elevado capaz de promover o bem e formar boas pessoas e bons cidadãos; mas se o aprendizado não vier acompanhado da conversão, não produz pessoas salvas.

A ação evangelística na Igreja. Para a família crente, o evangelismo começa no lar. A Igreja pode e deve apoiar os pais nessa obra santa de pregar o Evangelho aos pequeninos, dando-lhes o suporte espiritual de competência do corpo de Cristo, com seus dons e ministérios. Existem grupos e instituições especializados na evangelização de crianças, como a APEC. A Internet está repleta de técnicas interessantes para falar do amor de Deus aos infantes. É importante que a Igreja tenha uma boa equipe pedagógica para ensinar às crianças a Palavra de Deus. Vamos comentar aqui duas ações possíveis:

·         EBD. Ensino do plano de salvação na Escola Bíblica Dominical, deixando claro para as crianças que elas são pecadoras e carecem de salvação. Este ensino deverá ser numa linguagem que alcance a capacidade intelectual das crianças, podendo utilizar uma pedagogia lúdica, por meio de histórias, filmes, desenhos, teatro, música, entre outros. O mesmo princípio para os adultos se aplica aqui: o conteúdo a ser ensinado é o Evangelho da cruz. Não basta ensinar as crianças sobre o “papai do céu”; elas precisam saber quem de fato Ele é e o que Ele espera delas. Falar sobre céu e inferno também deve estar no cronograma de ensino. Se queremos que nossas crianças sejam salvas, precisamos apresentar-lhes as duas realidades: a do pecado e a da fé para se salvar. Aqui pode-se incluir a escola bíblica de férias.
·         Cultos realizados por crianças e para crianças. O departamento infantil da Igreja pode realizar cultos com a participação de crianças já convertidas, orientando-as a testemunharem a respeito da sua fé para crianças que ainda não se converteram, criando um ambiente de pregação evangelística com todos os recursos capazes de chamar a atenção dos pequeninos, entendendo que, assim como nos adultos, a salvação das crianças é operada pelo Espírito Santo.
·         Formas lúdicas de evangelismo de crianças. Lição com objetos, histórias da Bíblia, fantoches, flanelógrafo, música, drama, trilhas sonoras, celebrações especiais, etc.

Ação evangelística fora da Igreja. Nem todas as crianças que frenquentam a Igreja possuem pais crentes. Alguns pais descrentes permitem que suas crianças frequentem a igreja evangélica, principalmente quando é perto de casa, por entenderam o valor da educação cristã para os seus filhos, ou porque um parente ou vizinho convertido as levam. Neste caso, as crianças não possuem suporte espiritual dos pais. Além dessa situação, existem crianças que jamais frequentaram uma Igreja e não o fariam se muitos cristãos não levassem até elas a Palavra de Deus. A Comunidade Evangélica Bara (hoje Igreja Cristã Eterna Aliança), há alguns anos manteve um trabalho com crianças no bairro de Passagem de Areia, em Parnamirim, RN, que atendia em torno de cem crianças, que todos os domingos se reuniam numa escola da comunidade para ouvir a Palavra de Deus. Muitas delas se converteram e ainda servem a Jesus. A Igreja pode criar estratégias para atingir as crianças por meio das suas famílias ou atingir as famílias por meio das suas crianças. As formas de se fazer isso são infindas.

O que fazer e o que não fazer? O evangelista de crianças precisa ter conhecimento do mundo infantil, da forma como a criança entende e lida com as coisas da vida, como ela compreende Deus. Assim ele saberá que linguagem utilizar, que temas abordar e a melhor forma de repassá-los. Uma das primeiras lições é o conhecimento do pecado. Não pode haver conversão sem quem alguém se entenda pecador. A criança precisa ter consciência que seus atos não são “coisas de criança”, mas ofensas contra Deus. Não podemos subestimar a capacidade do infante de saber o que é certo e o que é errado. Uma criança de peito já consegue manipular a mãe para lhe dar o que ela tanto quer: leite, por exemplo. Nos primeiros anos ela já demonstra egoísmo, raiva, mentira, inveja. Marilene do Amaral Silva Ferreira, no site monergismo.com, nos alerta a respeito de cuidados que precisamos tomar na evangelização de crianças. Eis alguns deles:

·         Jamais forçar uma conversão. A criança precisa fazer a sua decisão para Cristo por meio do convencimento do Espírito Santo. Uma conversão forçada irá gerar dúvidas na mente da criança ou o falso entendimento de que é crente, quando na verdade não é.
·         Não oferecer brindes e recompensas para quem aceitar a Jesus. Além de ser uma barganha com a criança, ensina-a a barganhar com Deus. Não vamos levar para o mundo infantil essa prática deplorável já utilizada no mundo adulto.
·         Não manipular as crianças com perguntas, muitas vezes constrangedoras, para forçá-las a aceitarem a Jesus. Por exemplo: quando perguntamos “Quem quer aceitar a Jesus?” e alguma criança responde que sim, as outras podem se sentir constrangidas em aceitar também para não ficar diferentes da outra, por amizade com aquela que aceitou, etc.
·         Não meter medo falando do inferno com insistência. Embora o inferno seja uma realidade, a forma como a criança compreenderá isso irá diferir do adulto. Ela precisa apenas entender-se pecadora e saber que se crer em Jesus poderá ir para o céu.
·         Algumas ações positivas: manter um relacionamento saudável com a criança, demonstrando interesse nela, incentivando sempre a sua expressão e participação. A criança gosta de se sentir amada e valorizada. Não podemos menosprezar a dignidade da criança como ser humano nem suas potencialidades. Elas são inteligentes, espertas, criativas e têm muito a contribuir. O plano de salvação deve ser apresentado no nível de conhecimento das crianças, utilizando métodos lúdicos ou não. Elas devem ser incentivadas a trabalhar, participar, e sempre elogiadas quando o fazem. Após a conversão da criança, os pais devem tomar conhecimento e encaminhá-las no seu crescimento espiritual com a colaboração da Igreja. Em se tratando de filhos de descrentes, os pais devem ser comunicados e a Igreja deve se disponibilizar a acompanhar a criança convertida e seus pais.


Mizael Xavier

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