domingo, 28 de agosto de 2016

O PODER DA ORAÇÃO



Parte 1: Introdução
Salmo 65:2

A oração é um dos temas mais complexos do ensino cristão. Cada seguimento do cristianismo possui as suas formas de buscar a Deus, de orar. No catolicismo romano, por exemplo, pratica-se a oração pelos mortos. O cristianismo protestante aboliu essa prática por entender que não é bíblica. São muitas as teorias que explicam o que é a oração e que demonstram como o cristão deve orar, quais os benefícios da oração e que tipo de oração surte maior efeito diante de Deus. Existem orações já prontas, rezadas de forma repetitiva; e existem orações que são verdadeiros diálogos com Deus. Algumas, porém, parecem monólogos, onde apenas o cristão fala e Deus só escuta. Existe oração de fogo, oração de poder, oração ungida. Algumas orações desejam atrair bênçãos, outras expulsar os demônios. Alguns oram baixo, enquanto outros gritam a plenos pulmões. Alguns usam palavras simples e diretas, enquanto outros transformam a oração num tratado de teologia, citando diversos versículos e explicando cada um enquanto fala com Deus. Ao orar, alguns buscam diretamente a Deus, por meio de Cristo, enquanto outros suplicam pela intercessão dos santos. Vemos como este é um tema bastante complexo e que dependerá do nosso cuidado em compreender o que a Bíblia tem a nos ensinar, independente das doutrinas humanas. A oração é, acima de tudo, um ato de gratidão. Quando nos aproximamos de Deus, reconhecemos quem Ele é, o que tem feito e o que ainda poderá fazer por nós. Mas não é só isso: a verdadeira oração busca a Deus não para obter respostas, mas simplesmente porque Ele é Deus e merece o nosso louvor e a nossa adoração. Se pararmos para pensar, já temos o suficiente para transformarmos a nossa oração em um eterno momento de agradecimento, a começar pela salvação que Ele nos deu. Aprendamos, então, um pouco mais sobre a oração cristã.


Parte 2: O que é oração?
Isaías 56:7

A primeira lição que devemos aprender sobre oração é que Deus não precisa da nossa fé e das nossas súplicas para operar qualquer tipo de obra no mundo. Tudo Ele faz desde o início sem o nosso consentimento e independente da nossa vontade. Ele é soberano. A oração é nossa resposta ao Deus que se revela a nós e o reconhecimento da nossa dependência dele. Deus pode realizar o impossível sem a nossa intercessão, mas espera que o busquemos para que demonstremos que precisamos dele. Oração é muito mais que uma conversa, ela é um momento de comunhão com Deus restabelecida por Cristo na cruz. Sem esta comunhão não poderíamos nos aproximar dele (Is 59:2). Orar não é rezar, não é repetir fórmulas pré-estabelecidas, mas manter um diálogo aberto e sincero com Deus (Dt 5:24; I Sm 3:10), onde Cristo é o canal que nos liga a Ele. Orar também é uma ordem, embora não devamos orar apenas por cumprir um mandamento, mas pelo prazer de conversar com Deus (Lc 18:1; I Sm 12:23). A oração do crente não é algo esporádico, que ele faz quando dá vontade ou quando necessita de algo, mas deve se tornar uma prática constante (I Ts 5:17). É preciso investir tempo de qualidade nessa comunhão abençoada com o Pai. Oração também é fortalecimento (Ef 3:14-21; Tg 5:13-16). Aliado à leitura da Bíblia, o diálogo com Deus nos esvazia de nós mesmos e nos enche de graça, dando-nos forças para enfrentar os revezes diários. Uma vida de oração se transforma em arma contra Satanás (Mt 17:21). Quando o crente ora segundo a vontade de Deus, o diabo treme. Oração é, também, um canal de benções. Deus tem prazer em nos abençoar, em derramar sobre nós coisas boas (1 Jo 5:14,15). Mas nada devemos exigir, apenas pedir em Nome de Jesus e que seja feito segundo a sua vontade. Orar precisa ser como o ar que respiramos e o chão que pisamos.


Parte 3: Como devemos orar?
Mateus 5:23,24

Quando nos indagamos sobre a forma correta de oração, podemos pensar na estética da oração ou na nossa posição física ao orar: sentado, ajoelhado, de pé, prostrado, etc. Todavia, o que mais importa na oração não são as suas formas exteriores, mas o seu conteúdo espiritual. Como devemos orar então? Em primeiro lugar é preciso ter fé em Deus e confiança na sua resposta (Hb 11:1,6). Impossível haver oração verdadeira se não for acompanhada de fé. É preciso sempre pedir em Nome de Jesus (Jo 14:13), com pureza de coração (Mt 5:8) e reconhecendo a nossa dependência de Deu (Sl 23). Se não reconhecermos essa dependência, Ele jamais será o centro da oração (Sl 25:1). Se Deus é o centro a nossa oração será segundo a sua vontade (1 Jo 5:14). Não devemos exigir nada de Deus nem decretar coisa alguma, mas manter espírito de humildade (Lc 18:9-14). A nossa oração deve ser o mover do Espírito em nós (Jd 20,21; Rm 8:26), direcionando-nos com amor altruísta na direção das necessidades dos outros (1Pe 2:17). Ela não é somente vertical, mas igualmente horizontal. A oração deve ser, também, precedida de arrependimento (Mt 6:12). Se não nos arrependermos e confessarmos os nossos pecados, a nossa oração será vã. Devemos orar, ainda, confiando em Deus (Sl 37:5 ; Fp 4:6 ; Sl 55:22) e apropriando-se das suas promessas (Sl 37 ; Rm 10:9; Nm 23:19 ; Ef 3:20), lendo a Bíblia e avaliando quais promessas são para nós de fato. Por fim, devemos orar ouvindo a voz de Deus (Dt 13:14; Ez 3:27; Jo 8:47; Tg 1:22). Onde? Na Bíblia. A oração deve sempre nos direcionar à Palavra. Orar não é “sentir” Deus falar, mas conversar com Ele e depois escutá-lo na sua Revelação específica: as Sagradas Escrituras. Quando o nosso eu sair de cena, saberemos ouvir a voz suave do Senhor. Que a nossa mente e no nosso coração estejam sempre abertos para receber Deus em nós.


Parte 4: As relevâncias na oração
Salmo 26:2

Existem alguns fatores relevantes que precisamos saber para orar da maneira correta e termos a certeza de estarmos orando segundo a vontade de Deus. Em primeiro lugar, é preciso ter certeza da aceitação de Deus(Is 6:5-7). Mesmo sendo pecadores miseráveis, em Cristo somos aceitos por Deus por sua maravilhosa graça. Entendendo isso e sabendo que Deus sonda os corações, precisamos ter uma transparência total do nosso ser, rasgar nosso coração diante de Deus e reconhecer quem somos (Sl 139:1,2). Não adianta tentar fingir nada quando nos colocamos diante do Pai. Outro fator relevante é a revelação de nossas necessidades (Fp 4:6). Quando pensamos em pedir, Deus já tem a resposta para nos dar, mas deseja que peçamos, que nos submetamos à sua vontade. Na oração, também, é de extrema importância um coração aberto para Deus (Mc 12:30): aberto para dar e para receber, para falar e para ouvir, para ser trabalhado e transformado; aberto para o sim e para o não. Ainda outro fator relevante é a ausência de sentimentos contrários à justiça (1 Jo 4:20). Tais sentimentos só produzem orações egoístas, impedem que nos reconciliemos com alguém e nos levam a desejar a vingança de Deus ao invés de clamar por sua misericórdia. O reconhecimento do pecado também é fator decisivo para quem busca a face de Deus. Ele sabe da nossa condição, não adianta esconder. Orando, precisamos ser sinceros e pedir perdão (1 Jo 5:18) O desinteresse pelo mundo também deve acompanhar a nossa oração, levando-nos a nos desprender do materialismo para buscar as coisas do alto (1 Jo 2:15). Por fim, a oração verdadeira parte de um coração fiel a Deus (Rm 3:3,4). Se formos infiéis, Ele permanece fiel, mas fomos salvos para sermos fiéis a Ele, à sua Palavra, à sua vontade. Que a nossa oração seja o reflexo de um coração fiel, obediente e submisso a Deus e à sua obra.


Parte 5: Vários aspectos da oração
1 Samuel 12:23

A oração é algo bastante pessoal, um diálogo íntimo com Deus, mas ainda assim possui alguns aspectos gerais que precisam ser observados. Esses aspectos estão presentes nas orações descritas na Bíblia e demonstram a forma como homens de Deus se dirigiam ao Pai. Moisés e os profetas foram grandes homens de oração, que estavam constantemente buscando a face de Deus, sua direção, seu favor. Jesus orava constantemente. Em varias de suas epístolas o apóstolo Paulo comenta sobre a sua oração pelos cristãos. O primeiro aspecto é a ação de graças (1 Ts 5:18). Ao nos aproximarmos de Deus, precisamos ter o coração agradecido por todas as suas obras, não somente pelo que Ele tem feito, mas por tudo aquilo que Ele é. Outro aspecto é o louvor (Tg 5:13). Deus é digno de ser louvado por seu amor, sua misericórdia, sua graça, sua salvação. Nós o louvamos porque reconhecemos o quão grande Ele é. A súplica e a petição também são aspectos importantes (Tg 5:16). Quando suplicamos algo a Deus, quando colocamos diante dele nossas petições, reconhecemo-lo como único que pode nos atender e decretamos a nossa submissão a Ele. Somos estimulados a pedir (Lc 11:5-13). Ao orar, somos também intercessores. A intercessão é um aspecto importante da oração, pois é quando clamamos a Deus pela vida de outras pessoas, como familiares, amigos, a igreja, os missionários, o nosso país, os pobres, etc. Intercessão é sinônimo de amor, um sinal de que nos importamos com os outros e os amamos (2 Ts 3:1-5). Além de orar, precisamos vigiar (Mt 26:41), estar atentos às tentações e às investidas do diabo. O simples fato de orar não nos isenta de certas situações, mas é preciso viver no Espírito, em santidade. Oração e ação são duas coisas que andam juntas. A vida nos impele a orar e a oração nos impele a viver e transformar a vida.


Parte 6: O que há numa oração bem sucedida?
Salmo 51:17

O conceito de oração varia de acordo com a ideia que se tem de Deus e da sua Palavra. Isso também definirá as regras para medir o sucesso de uma oração. Nas igrejas neopentecostais que pregam a Teologia da Prosperidade, uma oração bem sucedida é aquela oração de fogo, onde o crente dizimista fiel decreta as bênçãos que deseja e toma posse das promessas de Deus, exigindo seus direitos às conquistas de Jesus na cruz. A teologia ortodoxa e tradicional, todavia, anda de acordo com a Palavra de Deus. Podemos destacar algumas marcas de uma oração bem sucedida, que chega até o céu e toca o coração de Deus, o que não necessariamente significa  que ela seja atendida conforme imaginamos. A primeira marca é o quebrantamento total do nosso ser, desnudando-nos diante de Deus com humildade no reconhecimento da nossa incapacidade de agradá-lo (2 Cr 7:14). Um coração quebrantado Deus não rejeita (Sl 34:18). Um coração quebrantado é sincero, não se deixa levar pelo orgulho nem se recusa a receber a correção (Jr 29;13). Outra marca importante é o exercício da fé (Mc 11:24), o que envolve muito mais que crer e confiar, mas nos leva a viver uma vida prática, coerente com a fé que professamos. Essa fé nos leva à marca da obediência (1 Jo 3:22). Um coração obstinado não é aceito por Deus. Como oraremos se permanecemos nos mesmos erros sem reconhecê-los? Então é necessária a marca da vida reta (Hb 10:22). Não podemos orar de Deus com as mãos sujas, a não ser para reconhecer a nossa sujeira e pedir perdão. Precisamos desenvolver a nossa santidade. Ainda outra marca é o perdão. Uma oração uma oração bem sucedida vem acompanhada do perdão. Sem perdão não há oração (Mc 11:25,26). O sucesso da nossa oração está na nossa vida santa diante de Deus e na submissão à sua vontade.


Parte 7: Fatores importantes na oração
Atos 12:5

Existem fatores que não possuem tanta importância quando oramos. O local da oração, a roupa que se está vestindo, a formalidade nas palavras, o nível da oratória, a posição física, o tom da voz. Todos esses são fatores externos que em nada influenciam na oração, porque ela é algo que flui de dentro para fora. Não podemos ser desrespeitosos contra Deus nem atrapalhar a vida das pessoas quando oramos, mas o que importa mesmo é que a nossa oração contenha verdade. Podemos listar três fatores importantes à nossa vida de oração. O primeiro é a persistência. Devemos literalmente “incomodar” a Deus como ensina Jesus em Lucas 18:1-8. Algumas pessoas desistem de orar tão logo achem que a resposta está demorando a chegar. Todavia, independente da resposta, devemos persistir, até que Deus nos mande parar. Oração é luta! Outro fator é a objetividade. Embora Deus saiba bem do que precisamos e o que iremos pedir, é interessante que sejamos bastante específicos naquilo que queremos (Lc 11:9-13). Isto não significa determinar o que, como, quando e onde Deus irá nos abençoar, mas expor as nossas necessidades de forma sincera àquele que deseja nos dar coisas boas. O terceiro fator é a perseverança. Não devemos esmorecer nas nossas orações, esquecer ou desistir de orar. Esse é um diálogo que precisa ser constante, diário, ininterrupto. A perseverança demonstra a nossa dependência de Deus. Mesmo diante das tribulações, mesmo quando a resposta parece não vir, mesmo quando ouvimos um “não” enfático de Deus, precisamos perseverar. A oração deve ser um hábito, deve estar arraigada à nossa vida como a necessidade de alimento. Jesus orou até o último instante na cruz, clamando por misericórdia para os seus algozes. Ele sempre teve certeza de ser atendido e nos dá esta certeza, porque nos ama e cuida de nós. Ele é Deus!


Parte 8: Principais atitudes na oração
Lucas 18:9-14

O Senhor Jesus contou uma parábola envolvendo dois personagens: um era fariseu e o outro, publicano. Enquanto os fariseus eram considerados modelos de religiosidade, os publicanos eram desprezados e considerados corruptos. Estando a orar, o fariseu orava de si para si enquanto se gabava das suas boas ações; o publicano, porém, sequer ousava erguer a cabeça, mas apenas batia no peito e clamava pela misericórdia de Deus. Duas atitudes: uma incorreta e outra abençoada. Existem três atitudes que devem fazer parte da nossa oração. A primeira é vida. Ter vida significa estar em Cristo, a verdadeira vida. Mas também quer dizer viver a nossa fé de maneira prática e não apenas discursiva. Muitas pessoas parecem vivas, mas estão mortas em sua fé, pois não possuem obras (Tg 2:17). A segunda atitude é a ação. Orar não significa esperar que tudo caia do céu, mas envolve atitudes com relação àquilo que temos colocado diante de Deus. Sentar-se debaixo do alpendre, contemplar o campo e não plantar a semente nem regá-la, não trará a colheita. Oração e ação precisam caminhar juntas. A terceira atitude é a reflexão. A nossa vida de oração deve ser o reflexo de uma vida comprometida com Deus e com a sua palavra (Tg 1:22). Num outro sentido, devemos refletir sobre a nossa fé, as 18nossas atitudes e a essência daquilo que temos colocado diante de Deus. a nossa oração não pode vir carregada de hipocrisia e de soberba. Se não formos humildes, Deus não nos ouvirá. Jesus diz que o publicano saiu com a resposta da sua oração, saindo justificado para casa, enquanto o fariseu, não. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha, será exaltado. Quanto mais nos esvaziarmos de nós mesmos para nos enchermos de Deus, mais iremos agradá-lo e com mais fé oraremos. O que tem impedido que as nossas orações cheguem a Deus? Façamos o retorno para a estrada certa.


Parte 9: Quando nossas orações não são ouvidas?
Salmo 143:10

O Senhor Jesus nos ensinou a pedir com fé em seu Nome para sermos atendidos. Ele nos disse que quando batermos, a porta nos será aberta; quando pedirmos, receberemos; e quanto buscarmos, encontraremos. Tomando este ensino ao pé da letra e sem levar em conta o ensino geral das Escrituras, acreditaremos que basta crer, pedir e receberemos. Todavia, nem todas as nossas orações recebem uma resposta positiva de Deus, o que deve ser motivo de alegria e alívio para nós. Existem ao menos três razões para isso. Primeira: quando não pedimos conforme a vontade de Deus. Ele nos ouve se pedirmos alguma coisa conforme a sua vontade e não a nossa (1 Jo 5:14,15). A melhor maneira de saber se estamos orando segundo a vontade de Deus é conhecendo a sua Palavra e sempre colocarmos a frase “seja feita a vossa vontade” no final de cada oração. Segunda razão: quando pedimos mal (Tg 4:1-5). A motivação ao orar influencia no tipo de resposta que teremos de Deus. Ele conhece o nosso coração, nossos desejos, nossos pecados e sabe se aquilo que almejamos tem uma motivação santa ou egoísta. Se não for para a glória do seu Nome, Deus com certeza não nos atenderá naquilo que lhe pedimos. Isto nos leva à terceira razão: quando a oração não é sincera (Sl 24:4,5). Deus não ouve uma oração que não seja sincera, que diga algo contra a verdade, que esteja carregada de hipocrisia. Não podemos orar por perdão se não estamos arrependidos; por envolvimento na sua obra se não estamos dispostos; por provações se de fato não as desejamos. Por fim, a falta de fé no poder e na provisão de Deus afasta de nós os seus ouvidos (Tg 1:5-8). Como esperamos receber algo de Deus se não acreditamos que Ele possa nos dar? Sem fé as montanhas não se movem, a resposta não chega, a bênção não aparece. É preciso crer em Deus e desejar ardentemente a sua vontade.


Parte 10: Os obstáculos à oração
Provérbios 21:4

Por que nem sempre conseguimos manter uma vida constante de oração e acabamos passando dias sem orar, sem conversar com Deus? A falta de tempo e de oportunidade pode ser uma desculpa, as atividades diárias, os problemas a resolver. Existem, todavia, alguns motivos muito mais sérios e reais que nos afastam da intimidade com Deus. Podemos aqui citar alguns: ingratidão (Rm 1:21), Ídolos (Ez 14:1-11), desobediência à Palavra (Pv 28:9), orgulho (Jó 35:12,13), falta de perdão (Mt 5:21-26), vontade própria (Rm 12:2);  indiferença (Pv 1:24-28), pecado secreto (Sl 66:18,19); vida religiosa hipócrita (Is 1:10-17), dúvida da fidelidade de Deus (1 Co 1:9), avareza (Lucas 12:15)  Desinteresse (1 Ts 5;17), afastamento de Deus (Sl 73:27), egoísmo (Tg 4:3), falta de misericórdia (Pv 21:13), teimosia (Zc 7:8-13). Todos esses obstáculos também se apresentam no nosso envolvimento com o mundo e uma gama de ofertas que nos fazem não ter tempo para Deus. Passamos mais tempo na realidade virtual do que na verdade espiritual; gastamos mais tempo aproveitando as inovações dos jogos em rede do que criando uma rede de relacionamentos e de oração. Se não mantivermos o nosso foco no Reino dos céus, qualquer clamor da nossa carne ou demanda do mundo vai desviar-nos do alvo, que é o Senhor Jesus. Quanto mais cedo vencermos os nossos obstáculos pessoais, mais tempo de qualidade teremos com Deus. O que tem tirado o seu tempo de oração? Qualquer que seja o motivo, o resultado de uma vida aos pés da cruz te proporcionará momentos verdadeiramente significativos e te manterá firme espiritualmente. Deus deseja se relacionar conosco e nos dá a chance de um diálogo. Pensemos nisso: Deus quer conversar conosco e nos ouvir. Sejamos fiéis, quebremos todos os nossos ídolos, deixemos de lado a hipocrisia e a desobediência. Não existe lugar melhor que na presença de Deus.


Parte 11: Os inimigos do cristão e da sua oração
Mateus 6:13

A oração é ferramenta, arma, escudo. Quando oramos segundo a vontade de Deus, aquilo que Ele tem proposto para acontecer, acontecerá e não existe nada que possa impedir. Deus, mesmo sendo soberano e todo-poderoso, conta com as nossas orações, a nossa intercessão: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica dos justos” (Tg 5:16). A oração é algo tão significativo, que atrai inimigos. O diabo não sabe o que estamos pensando, mas percebe quando paramos para orar e entende que Deus agirá. Ele não quer isso e nos cerca por todos os lados a fim de minar a nossa comunhão com Deus (1 Pe 5:8; Ef 6:12-18). O sistema pecaminoso do mundo também tenta impedir as nossas orações, oferecendo-nos formas de desviar a nossa atenção para coisas irrelevantes (1 Jo 2:15). Quanto mais nos deixamos enredar pelo mundo, mas distantes ficamos do prazer de orar. Nós também, na nossa própria carne, nem sempre queremos orar, ficamos colocando empecilhos, inventado desculpas, criando barreiras para não orar. É uma luta constante, diária (Gl 5:17). As investidas de Satanás e as insinuações do mundo só podem causar dano à nossa vida se permitirmos, se não caminharmos em constante comunhão com Deus por meio da oração e da leitura da Palavra. Viver na dependência total do Espírito Santo nos faz compreender as coisas espirituais e nos dá a graça suficiente para dar uma resposta bíblia e santa a esses três inimigos. Não existe poder superior ao poder de Deus, a não ser a nossa decisão em desprezar este poder. Logo, quando mais submetidos ao Senhor, mais vitoriosos seremos nas nossas orações e oraremos com eficácia, porque saberemos ao certo o que o Senhor espera de nós. Que a nossa oração seja sempre a resposta de um coração quebrantado e desejoso da presença viva de Deus, por meio da prática da sua Palavra em cada instante da nossa vida.

Leia-Medite-Pratique: 2 Coríntios 7:10; 1 Co 7:3; 6:19; João 16:33; 1 João 5:4; Efésios 4:24; 6:16; 18:15; Hebreus 4;15; 12:1; Romanos 7:23; 8:13; 13:14; 5:13; 1:23; Colossenses 3:5; 1 Timóteo 6:11; Tiago 4:7.

Ação transformadora: Ore pelo desejo de orar cada vez mais.

Autor: Mizael  Xavier

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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

DAR PARA OFERTAR AINDA MAIS - A VERDADEIRA LEI DA SEMEADURA





               O texto de 2 Coríntios 9:6 é um dos mais utilizados para falar das bênçãos dadas por Deus em retribuição às nossas ofertas. No momento do culto em que os dízimos e as ofertas serão recolhidos, após uma pregação de exaltação das bênçãos de Deus, o pastor cita esse texto e insiste que os fiéis devem ser bastante generosos nas suas contribuições se quiserem ser abençoados por Deus. Quanto mais ofertarem à igreja, mais bênçãos de Deus receberão. De modo inverso, quanto menor for a sua contribuição financeira, menores bênçãos chegarão. Quem quiser receber muito, muito deve dar, como prova da sua fé. Vê-se claramente o comércio das bênçãos de Deus, barganhadas a preço de dízimos e ofertas, que encherão os cofres das igrejas sem cumprir o papel social a que eles deveriam se propor.
            Entretanto, o que está em evidência nesse texto da segunda carta de Paulo aos cristãos de Corinto não é o dízimo ou a oferta como moedas de troca que se dá a Deus para que Ele libere as bênçãos desejadas e decretadas. Esse texto fala muito mais das riquezas espirituais envolvidas na contribuição amorosa da igreja aos cristãos necessitados. Vamos analisar alguns pontos importantes, partindo do v. 1, para entendermos todo o contexto em que Paulo escreve.
Em primeiro lugar, o que está em vista aqui não é o pensamento equivocado de que Deus só nos abençoará na medida em que pagarmos por isso com dízimos e ofertas. Esse pensamento está completamente ausente desse texto. Na verdade, Paulo está falando acerca da “administração que se faz a favor de todos os santos” (v. 1). A contribuição que é dada não é um dízimo nos moldes do Antigo Testamento nem se destina aos cofres da igreja, mas é uma contribuição aos irmãos necessitados. Algo muito importante nesse versículo é o objeto da contribuição: os santos. Não é aquele que contribui que recebe a bênção, mas aquele que é o objeto da contribuição.
No v. 5 Paulo diz que tal contribuição só será tida como uma bênção se for destituída de avareza. Por isso ele afirma: “Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará.” Essa contribuição não visa receber bênçãos, mas ofertar bênçãos preciosas para aqueles que delas necessitam. A contribuição deve ser generosa para haver retribuição. Ele, porém, não diz que o motivo da doação é o recebimento da retribuição, muito pelo contrário. Paulo condena a avareza, que é o amor ao dinheiro. Quem contribui o faz sem qualquer interesse pessoal. O interesse do contribuinte está no bem-estar daquele que receberá a sua oferta.
Essa contribuição não tem o seu valor estipulado, como um dízimo; nem deve causar tristeza em quem contribui, muito menos deve ser por necessidade, “porque Deus ama ao que dá com alegria” (v. 7). Jesus demonstrou na parábola da viúva pobre que o que importa não é a quantia que se dá, mas a motivação com que ela é ofertada. Percebe-se como isso funciona totalmente o inverso de “quanto mais eu der, mais receberei de volta.” Uma palavra que vale a pena ressaltar nesse versículo é “dar”. Quando damos algo a alguém não esperamos receber nada em troca, caso contrário nós não estaríamos doando, mas negociando. Esta contribuição é totalmente desinteressada e não visa lucro próprio.
Paulo, então, mostra duas consequências que abundam na vida daquele que contribui generosamente e com alegria para a obra do Senhor: abundância de graça e abundância de boas obras (v. 8). Aquele que semeia pouco (por avareza), jamais poderá superabundar em boas obras; ao contrário, aquele que semeia muito (com alegria), sempre abundará em toda a boa obra. O cristão deve ser um “ministro da graça”, levando ao mundo a graça que superabundou na sua vida. Ele não recebeu algo para enterrar no chão e esperar que o dono volte para reavê-lo. O que ele recebeu foi para multiplicar, não somente para si, mas, acima de tudo, para os outros.
O que está em vista claramente neste texto não é a bênção de dar para receber muito mais em troca, mas dar para contribuir cada vez mais. As consequências desse desprendimento financeiro em favor dos cristãos pobres são espirituais: “Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre” (v. 9). O cristão não retém as bênçãos somente para si, mas ele as espalha, dá aos pobres. Os frutos colhidos são os frutos da justiça que acompanharão para sempre o cristão de coração generoso. O v. 10 é enfático ao afirmar que o aumento não é o valor da conta bancária daquele que contribui, mas do seu desprendimento de sempre contribuir: “Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça.” Deus nos abençoa para que possamos abençoar; Ele nos enche cada vez mais para que possamos dar cada vez mais.
A consequência dessa contribuição generosa, além da graça de contribuir cada vez mais (v. 11), é o testemunho da igreja, que leva as pessoas a darem graças a Deus (vs. 11,12). Muitas igrejas só são conhecidas pelos seus templos suntuosos e pela forma como arrecadam dinheiro dos fiéis. Seus pastores acham que o testemunho deve ser de riqueza: quanto mais rica a igreja se mostrar, maior a unção dos pastores e maior o poder que opera nela e através dela. Mas a igreja não dá testemunho pelo que recebe, mas pelo tanto que abençoa as pessoas e a comunidade em que está inserida. Contribuir também mostra a submissão do cristão ao Evangelho e o uso correto dos dons que Deus distribuiu à igreja.
Quando Paulo diz que o que semeia muito, muito também colherá, algo que nos vem à mente é a forma como os cristãos contribuíam com a obra do Senhor nos primórdios da Igreja. Eles vendiam os seus bens e as suas propriedades e depositavam o dinheiro aos pés dos apóstolos, que eram os responsáveis por administrá-los como líderes da Igreja (At 2:44,45; 4:34,35). Essa distribuição dos bens de acordo com a necessidade que ia surgindo de cada um parece sugerir que as ofertas eram guardadas e depois distribuídas aos próprios ofertantes. Dessa forma, a lógica é que quanto menos contribuíssem, menos teriam no momento da necessidade. De modo contrário, quanto mais contribuíssem, mais teriam em depósito para o momento da precisão e todos poderiam ser bem mais abençoados nas suas necessidades.
Como pudemos ver, não há como utilizar esse texto de forma utilitarista para afirmar que quanto mais o cristão contribui com os dízimos e ofertas, mais bênçãos ele receberá de Deus. A ênfase da Palavra de Deus recai sempre sobre o dar, não sobre o receber: “Mais bem-aventurado é dar do que receber” (At 20:35). Em certo sentido, ofertar na igreja é uma obrigação do cristão, mas que deve ser exercida sem nenhum pesar ou como um ritual litúrgico e uma barganha com Deus. Ao contrário, deve ser um ato de amor e alegria, isento de interesses pessoais e avareza. O dinheiro ofertado não deve ser usado como moeda de troca nem deve se tornar conhecido de todas as outras pessoas, mas a nossa mão esquerda não deve tomar conhecimento do que a direita fez (Mt 6:2-4). É Deus quem retribui conforme a sua vontade e Justiça, não porque nós tencionamos isto ou porque decretamos e exigimos, mas porque Ele se alegra em derramar ricas bênçãos sobre o seu povo fiel e obediente.

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