domingo, 24 de fevereiro de 2013

poesias românticas

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COMO LER E ESTUDAR A BÍBLIA - princípios básicos


Introdução

Amados, o objetivo deste pequeno esquema é ajudá-los a estudar e compreender melhor as verdades da Palavra de Deus e aplicá-las na sua vida de maneira correta e eficaz. Antes, porém, de adentrar em qualquer estudo bíblico é preciso orar e pedir a Deus sabedoria espiritual para discernir as suas verdades e compreender a sua vontade. Então, orem e peça ma Deus que os auxilie neste estudo e os leve a conhecê-lo melhor através da sua revelação específica: a Bíblia.


I – Aspectos gerais do livro a ser estudado.

1)    Busque informações sobre a comunidade ou povo de quem o livro trata ou a quem a carta é dirigida, no caso das epístolas. Quem são essas pessoas? Quais são os seus aspéctos políticos, econômicos, sociais, comerciais, religiosos, espirituais, etc.?
2)    Analise o contexto em que o livro foi escrito: o contexto histórico (Quando foi escrito?), o contexto cultural (Que povo? Que cultura?) e o contexto circunstancial (O que se passava? Qual o motivo do conteúdo do livro?).
3)    Procure entender quais os motivos que levaram o autor a escrever.

II – O autor.

1)    Quem é o autor do livro?
2)    Note os títulos com os quais o autor se apresenta.
3)    Como é o seu modo de ser e de agir?
4)    Ele é apenas um espectador ou participou da narrativa?

III – Os pontos positivos e negativos.

1)    Positivos: Que pontos positivos conseguimos encontrar nos personagens da narrativa e no seu contexto?
2)    Positivos: Quais são os seus problemas, suas tensões, seus conflitos?

IV – A apresentação da Trindade.

1)    Veja como Jesus é apresentado, juntamente com o Pai e o Espírito Santo. No caso do Antigo Testamento, procure encontrar os textos que tipificam Cristo. Compare, por exemplo: Isaías 7:14 com Mateus 1:23.
2)    Anote as dúvidas que permanecem e procure esclarecê-las.

V – Aplicação.

Aplique à sua vida tudo o que foi lido, estudado e aprendido, levando em conta o contexto histórico, cultural e circunstancial. Medite: Sendo a Bíblia a revelação de Deus e da sua vontade para nós, como aplicar na nossa vida textos como Josué 7:24-26 e 1 Coríntios 14:34,35? A resposta a esta pergunta revela a necessidade do estudo e da aplicação corretos da Palavra de Deus.

QUEM VOCÊ ADORA?


DEZ RAZÕES BÍBLICAS PELAS QUAIS NÃO SOU MAIS CATÓLICO


Dez razões bíblicas pelas quais não sou mais católico


            Nasci num lar católico. Já a minha mãe havia sido criada por três senhoras católicas; o sonho de uma delas, dona Adelaide, era que eu fosse padre. Fui batizado e fiz a primeira comunhão. Participei do grupo mirim da Igreja N. Senhora do Rosário, em Petrópolis, RJ, onde aprendia lições católicas sobre Deus. Sempre ia à missa, comungava, me confessava, mas jamais senti arder dentro de mim a chama do catolicismo. As imagens de escultura e os santos representados por elas, jamais me chamaram a atenção. Maria, mãe do Salvador, digna de respeito e admiração nossa, jamais produziu nada em mim. Eu era, na verdade, mais um católico nominal, induzido à prática da religião pela tradição dos meus pais. Não havia conversão legítima e nem uma crença sincera nas doutrinas que ouvia e aprendia. Tudo sempre foi vazio e frio, como as imagens de escultura que enfeitavam os altares. No ano de 1994 enxerguei a verdadeira luz que brilha (João 1:4; 8:12; 1 João 2:8), conheci a verdade e ela me libertou (João 8:32; 14:6).
         Quero aqui expor alguns motivos pelos quais não sou mais católico. São coisas simples, mas que mostram porque é impossível voltar atrás na decisão que tomei.

Somente Cristo salva

Descobri que somente Cristo salva (Atos 4:12; João 17:3; 5:24; 10:9; 3:16,36; 11:25; 6:47; Atos 4:10,12; 16:31; 1 Coríntios 1:13,14; 15:57; 1 Tessalonicenses 5:9; Lucas 19:10; 1 Timóteo 2:5; Tito 2:14; Apocalipse 5:9; Lamentações 3:26; 1 João 5:12), pois somente Ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29; Atos 8:32; 1 Coríntios 5:7; 1 Pedro 1:19; Apocalipse 5:6,12; 7:10; 22:3), somente Ele é o Messias (João 1:41; 4:25), o Redentor que morreu na cruz para me salvar (Isaías 59:20; Lucas 21:28; Romanos 3:24; 1 Coríntios 1:30; Efésios 1:7; 4:30; Colossenses 1:14; Hebreus 9:12). Não encontrei na Bíblia qualquer referência à necessidade da intercessão de Maria para minha salvação ou sua co-redenção, seja em vida ou após a minha morte.

A salvação é somente pela fé em Jesus Cristo

Descobri que a salvação é unicamente pela fé, através da graça de Deus, independente de qualquer obra que eu possa praticar em meu favor ou da intercessão de qualquer um pela minha alma após a morte: Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus, não de obras para que ninguém se glorie (Efésios 2:8,9). Descobri, também, que o batismo e a igreja não salvam, nem Maria ou qualquer um dos santos (Romanos 3:23,24; João 3:16,17; 6:28; 20:31; 11:40; 1 João 5:3,4; Romanos 3:26,28; 5:1,20; 1:17; 3:20-23; 4:14,18,22; 10:4; Gálatas 2:16; 5:4; Atos 13:39; 26:18; Tito 3:1; Tiago 2:18; Hebreus 11:1; 10:38; 1 Timóteo 6:11; Lucas 18:42; 8:48; 7:50; 5:20; Habacuque 2:4). Não encontrei na Bíblia qualquer referência que me desse suporte à necessidade de pertencer à igreja católica para obter a minha salvação, pois nem mesmo a igreja evangélica é capaz de salvar, só Cristo, pela graça de Deus, através da do arrependimento e da fé (Mateus 21:21; Marcos 5:34; Lucas 5:20; 18:42; 7:50; 8:48João 3:16; 6:28; 20:31; 1 João 5:3,4; Romanos 1:7; 3:20-23; 4:5,14,18,22; 5:1,20; Efésios 2:8,9; Gálatas 2:16,21; 5:4; Atos 26:18; 13:39; Tito 3:1; Hebreus 10:38; 11:1,16; 1 Timóteo 6:11; 1 Pedro 1:8,9).

Somente Jesus é nosso mediador

Descobri que somente Jesus é o mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5), não necessitando de outros intermediários, como Maria e os santos que já morreram. É no seu nome apenas que encontro salvação e resposta às minhas orações (João 14:13; 1 Timóteo 2:5). É ele, também, o nosso único advogado (1 João 2:1), pois somente Ele venceu a morte por nós e foi entronizado à destra de Deus nos céus. A Palavra de Deus não mostra os apóstolos rogando por seus santos mortos, nem há nenhuma indicação doutrinária para isto. Também não encontrei referências à mediação de Maria, nenhuma sequer.

A Bíblia é a revelação perfeita de Deus e possui plena autoridade em matéria de fé e prática cristãs

Descobri que a Bíblia é a Palavra de Deus inspirada pelo Espírito Santo (2 Timóteo 3:16,17; Marcos 7:13), contendo em sua totalidade todos os preceitos divinos da fé cristã, isenta de erro e eficaz na conduta ética, moral e doutrinária da igreja (Hebreus 4:12). Ela basta para o cristão e não depende da Tradição ou do Colégio Apostólico, porque é completa e irrevogável (1 Timóteo 4:6,13; 2 Pedro 1:21; Hebreus 1:1,12; João 5:39; Tiago 1:21; Marcos 7:13; Filipenses 2:16; Romanos 10:8,17; Efésios 1:17; 6:17,18; 6:17,18; 1 Tessalonicenses 2:13; Atos 17:11; 2:41; Mateus 4:4; 22:29; Salmo 119:105,111; Isaías 37:26; Apocalipse 1:3; 1 Pedro 2:2,3; Lucas 24:25; Colossenses 3:16; Jeremias 15:16; Ezequiel 3:1-3). A Palavra de Deus é infalível, mesmo tendo sido escrita por seres humanos falhos, pois eles escreveram inspirados plenamente pelo Espírito Santo de Deus (2 Pedro 1:21; Hebreus 1:1,2; Atos 1:16; 1 Coríntios 6:7,12; 1 João 1:5).

Somente Jesus é a pedra fundamental da igreja e nosso sacerdote eterno

Descobri que Pedro nunca foi papa nem a pedra fundamental da igreja e que jamais existiu hierarquia na igreja cristã primitiva. Todavia, Cristo sempre foi a pedra angular sobre a qual a igreja está edificada (Efésios 2:20; Atos 4:11; Mateus 16:18; 21:42; Marcos 12:10; Lucas 20:17; 1 Pedro 2:6) e a sua cabeça da igreja (Colossenses 1:17,18; Efésios 1:22,23). Além de não existir papa, o sacerdócio católico romano é uma mentira, pois somente Jesus é nosso eterno sacerdote. Ao contrário dos sacerdotes romanistas, Cristo tinha todas as qualificações de sacerdote (5:6; 6:20; 7:15,17; cf. Salmo 110:4). Cristo não era sacerdote por mandamento ou instituição carnal, mas por desígnio divino e infalível (Hebreus 3:1,2; 5:4,5). Cristo exerceu todas as funções do ofício sacerdotal: mediação (Hebreus 9:15; 12:24; cf. Efésios 2:13-18); sacrifício (Hebreus 9:13,14,25,26; 7:27) e intercessão (Hebreus 7:25; 9:24). Estas funções, como já vimos, eram exercidas pelo ministério sacerdotal da Antiga Aliança e pretende ser copiado pela igreja romana. A figura do sacerdote é a mesma e seus rituais são os mesmos, inclusive com o altar onde Cristo é sacrificado como um cordeiro em todas as celebrações eucarísticas, onde o padre-sacerdote diz ao elevar a hóstia: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Estas funções não foram repassadas por Cristo aos seus Apóstolos, mas Ele continua eternamente salvando os pecadores através da fé pessoal de cada um que se converte. O sacerdócio de Cristo substitui todos os outros (Hebreus 7:20-28; 9:23-28). Se de fato é assim que ensinam as Sagradas Escrituras, por que deveria o sacerdócio católico romano substituir o sacerdócio de Cristo? Se Cristo é um sacerdote eterno e o seu sacrifício foi perfeito e para sempre, por que haveria Ele de instituir um novo sacerdócio através dos Apóstolos e da “sucessão apostólica”?

Em Cristo todos os nossos pecados são perdoados

Descobri que Deus perdoa todos os meus pecados quando os reconheço e confesso diante dele (1 João 1:8,9), portanto não necessito de indulgências, de penitências ou de orações ao meu favor para livrar minha alma do imaginário purgatório. Deus perdoa, remove e faz desaparecer a minha transgressão (Salmos 32:1; 103:12; Isaías 44:22); Ele cobre e cancela os meus pecados (Salmos 32:1; Romanos 4:7; Atos 3:19); Ele lança os meus pecados no mar (Miquéias 7:19), não os imputa mais (Romanos 4:8), não faz menção deles (Ezequiel 18:22) e os esquece (Hebreus 10:17). Não encontrei na Bíblia necessidade de expiar pecados através de rezas e da prática de obras, nem qualquer passagem que dissesse que a salvação efetuada por Cristo me fosse insuficiente. Todavia, a redenção efetuada por Cristo foi providencial (Gálatas 4:2-7; 1 João 4:9-15), perfeita (Hebreus 7:20-28), única (Hebreus 10:1-18) e eterna (Hebreus 10:12). Não há mais necessidade de libertação. Deus, em Cristo Jesus, nos deu completo livramento do juízo vindouro (João 3:16,36; 5:24; 6:47; 14:16; 10:9; 11:25; 17:3; Lucas 19:10; Atos 4:10,12; 16:31; 1 Coríntios 1:13,14; 15:57; 1 Tessalonicenses 5:9; 1 Timóteo 2:5; Tito 2:14; 1 João 4:14; 5:12; Apocalipse 5:9). Não há necessidade de uma estadia no purgatório. A justificação pela fé é completa, não restando pena alguma a ser purgada após a morte do cristão (Romanos 3:24; 5:12; 6:7; Tito 3:7; 1 Coríntios 6:11; Gálatas 2:16; 3:24).

O sacrifício de Cristo foi perfeito e eterno

Descobri que o sacrifício da missa, a “santa eucaristia” é inútil e desnecessário. O livro de Hebreus mostra que o sacrifício de Cristo foi: eterno (7:11-19); único e perfeito (7:20-28); eficaz (9:11-22); para sempre (9:23-28) e permanente (10:1ss). Se foi eterno já não há necessidade de renovação em cada celebração eucarística. Se foi único e perfeito, os sacrifícios oferecidos pelos sacerdotes romanos são inúteis. Se foi para sempre, eles também são desprezíveis e ferem o sentido de tal sacrifício. Se foi permanente, a Missa é uma mentira que fere a santidade e o poder de Deus. Em João 3:16 lemos: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Deus oferece seu próprio Filho em sacrifício pelos pecados da humanidade. Poderíamos afirmar que, ao oferecerem constantemente Jesus Cristo em sacrifício durante a celebração eucarística, estariam os sacerdotes romanos fazendo as vezes de Deus?

Somente Deus é digno de adoração

Descobri que a veneração das imagens de escultura pelos católicos não passa de idolatria. Toda e qualquer idolatria é proibida por Deus. Qualquer tentativa de substituir Deus por um falso deus é abominável ao Senhor (Gênesis 35:2; Êxodo 20:4; 34:17; Levítico 26:1; Deuteronômio 7:25; 11:16; 16:22; Salmo 81:9; 1 João 5:21). O texto de Isaías 42:8 é bastante contundente sobre este assunto: “Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura”. Isto significa que a ninguém devemos glorificar por quaisquer meios ou palavras, porque somente a Deus pertence a Honra, a Glória e o Poder, agora e para sempre (1 Crônicas 29:11; 1 Timóteo 1:17; 6:16; Hebreus 2:7; 1 Pedro 1:7; 2 Pedro 1:17; Apocalipse 4:11). As imagens dos santos são como os ídolos pagãos: não possuem sentidos (Deuteronômio 4:28; Salmos 115:4), são perecíveis (Isaías 40:20), são impotentes (Isaías 45:20; Jeremias 10:5), são indignos de adoração (Atos 17:29) e são degradantes (Atos 1:22,23). A idolatria é abominação ao Senhor (Deuteronômio 7:25; 1 Pedro 4:3), é odiosa (Deuteronômio 16:22; Jeremias 44:4), vã e insensata (Salmos 115:4-8; Isaías 44:19; Jeremias 10:3), sanguinária (Ezequiel 23:29), sem proveito (Juízes 10:14; Isaías 46:7), irracional (Atos 17:29; Romanos 1:21-23) e contaminadora (Ezequiel 20:7; 36:18). Por isso, todo cristão deve resguardar-se da idolatria (Josué 23:7; 1 João 5:21) e fugir dela (1 Coríntios 10:14ss).

Maria era tão pecadora quanto eu

Descobri que Maria foi uma serva do Senhor (Lucas 1:26-38), a virgem escolhida para ser a mãe de Jesus Cristo, o verbo de Deus que se fez carne (João 1:14). Ao contrário do que os católicos falam de Maria, glorificando-a como uma deusa-mãe, ela era pobre, da linhagem de Davi, porém não da linhagem real. Vivia humildemente, casada com seu marido José, que era carpinteiro. Para se locomover necessitava de um jumento, sem luxo ou regalias. Não hesitou em ter seu filho numa estrebaria. Era submissa à vontade de Deus. Era cuidadosa com os problemas dos outros, como nos atesta as bodas de Caná. Mostrava-se muitas vezes confusa quanto ao ministério de seu filho. Era boa mãe, sempre atenta e preocupada com o filho. Foi mãe sofredora, a ponto de assistir o martírio do próprio filho. Era mulher de oração! O que sabemos, e isto baseados na Palavra de Deus, é que a presença de Maria só é citada uma única vez fora dos Evangelhos, no livro de Atos. A referência é à volta dos discípulos a Jerusalém, onde perseveraram em oração juntamente com algumas mulheres, Maria e os irmãos de Jesus (cf. Atos 1:12-14). Todavia, em momento algum a Bíblia fala sobre qualquer cuidado especial que os discípulos ou quaisquer outras pessoas prestaram a Maria, muito menos veneração. Maria era, com certeza, humilde e desinteressada de qualquer tipo de cuidado especial ou veneração. Maria era pecadora como todos nós (Romanos 3:23; 1 João 1:8). Ela certamente cria que Cristo morreu pelos nossos pecados (1 Coríntios 15:3), o justo pelos injustos (1 Pedro 3:18). Sabia, também, que somente ele poderia salvá-la e a toda humanidade (Atos 16:31; Romanos 10:9; Efésios 2:8,9; Tito 3:5). Não encontrei na Bíblia nenhuma referência à virgindade perpétua de Maria, sua imaculada conceição, sua assunção, mediação e intercessão. Também não obtive apoio da Bíblia para o dogma da co-redenção de Maria, pelo contrário, descobri que a salvação efetuada por Cristo foi ÚNICA (1 Pedro 3:18; Atos 4:12; Hebreus 10:12-14), SUFICIENTE (Gálatas 5:1-12), PERFEITA (1 Pedro 1:19-21), TOTAL (Hebreus 7:25-27), DEFINITIVA (Hebreus 5:9; João 6:39,40; 18:9; 10:28) e PESSOAL (João 3:16,36).

O catolicismo é uma forma de espiritismo

Descobri que, apesar de o catolicismo romano condenar o espiritismo, ele possui muitas doutrinas semelhantes a ele: 1) O catolicismo romano prega a salvação através das obras e da permanência dentro dos seus domínios. Embora afirmem que a salvação é pela fé somente, é necessário o batismo, isto é, uma obra de iniciação no cristianismo antes da fé. Sem o batismo o fiel não participa do Espírito Santo, não é salvo. O espiritismo, embora não creia na salvação da alma como crê o catolicismo e o protestantismo, mas na sua constante evolução espiritual até a perfeição, prega que esta se dá através das obras de caridade e do sofrimento pelo qual o espírito passa para purificar-se de seus pecados. 2) Esta purificação lembra-nos o sistema do purgatório. Após uma vida inteira dedicada a Deus e à igreja, ou mesmo após uma vida não tão santa e piedosa, o católico romano ainda tem que amargar uma estadia no purgatório para purificar-se daqueles pecados que não foram totalmente expiados em vida. Assim como o purgatório é a segunda chance de Deus ao fiel católico, a reencarnação é a segunda chance de Deus ao espírita. O que o fiel católico purifica depois de morto no purgatório, o fiel espírita purifica, também depois de morto, através de outras encarnações. 3) O catolicismo romano critica o Espiritismo pela sua conduta com os mortos em mesas brancas através dos médiuns ou livremente através do espírito do morto intervindo no mundo dos vivos. Porém, os dogmas do purgatório e da comunhão dos santos nos levam a crer que o catolicismo romano mantém uma prática de convívio com os mortos tão profunda quanto o Espiritismo. Senão vejamos: a) os espíritas consultam os mortos; os católicos rezam a eles, fazem votos, promessas e simpatias; b) os espíritas acreditam em “fantasmas”, que são espíritos (bons ou maus) que entram em contato com os vivos para algum fim; os católicos têm várias aparições de santos que já morreram, principalmente de Maria. 4) Outra semelhança entre estas duas religiões é a prática da caridade. Os católicos praticam a caridade como uma forma de aliviar suas futuras dores no purgatório e merecer o Reino dos Céus, além de aliviar o sofrimento de seus entes queridos que já estão lá. Os espíritas praticam a caridade como uma obrigação religiosa da alma para evoluir em seu Karma, amenizar seu sofrimento infligido pela necessidade de expiar seus pecados pela eternidade. Como pude compreender, as doutrinárias romanistas e as espíritas têm fortes ligações; embora difiram na prática, a essência é a mesma. A busca pelos mortos, as visões e aparições de pessoas que já morreram, a necessidade de obras em favor próprio, a purificação dos pecados, a idolatria... Todas formam um conjunto de crenças que se mesclam em um sincretismo religioso pagão totalmente desprovido de fundamento bíblico.


Mizael Xavier

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TRADIÇÃO CATÓLICA E DOGMAS CATÓLICOS

ATENÇÃO: o estudo a seguir é parte do meu livro DESVENDANDO O SEGREDO DE MARIA, no capítulo que falo sobre a Tradição católica e a mariologia.


3.2. Tradição e Dogma


            Uma das grandes consequências da Tradição católica romana é a criação de dogmas estranhos à Bíblia. Na história do Cristianismo, onde durante séculos o catolicismo imperou com sua hierarquia e seus anátemas, muitos dogmas foram decretados como forma de defender a fé evangélica contra doutrinas que, inclusive, desacreditavam a divindade de Jesus Cristo e a divina inspiração da Bíblia. Foram muitas as heresias surgidas desde os tempos de Jesus: as heresias judaicas; o Ebionismo, que não aceitava Cristo como o Filho de Deus; o Nicolaísmo, que condenava o Deus da criação; o Gnosticismo, uma heresia bastante complexa combatida pelos apóstolos; os Antitrinitários, que rejeitavam a doutrina da Trindade; o Maniqueísmo, que teve como adepto o próprio Agostinho; o Pelagianismo, que ensinava que não era necessário a graça para se salvar. Somam-se a estas o Arianismo, o Monofissismo e tantas outras heresias que até hoje incomodam os cristãos. Para nós, protestantes, o neopentecostalismo e sua “Teologia da Prosperidade” está entre as heresias mais terríveis da modernidade cristã.
            Contra todas essas heresias a igreja católica se levantou, organizou Concílios, emitiu bulas e criou dogmas. Muitos desses dogmas estão coerentes com a Bíblia, em especial aqueles que defendem a divindade de Cristo e a Trindade. O Concílio de Niceia e o de Constantinopla I defenderam a doutrina da Trindade. O Concílio de Constantinopla I (381), confirmou a doutrina bíblica da divindade de Cristo. Contra tais resoluções conciliares não cabem argumentos contrários, uma vez que as verdades defendidas por eles estão claramente expressas na Bíblia. Desta forma, um dogma de fé para ser aceito necessita ter comprovação bíblica, levando-se em conta a sua totalidade, Antigo e Novo Testamentos, utilizando-se da iluminação do Espírito Santo e de instrumentos corretos de hermenêutica. Assim, podemos crer, por exemplo, na doutrina da salvação pela graça como um dogma de fé, como também na obra redentora de Cristo e na sua segunda vinda, onde julgará o mundo.
            Mas será que todo dogma é bíblico? Quando a mesma igreja que decretou sabiamente e baseada nas Escrituras Sagradas o dogma da divindade de Cristo institui a doutrina do purgatório, algo totalmente alheio à verdade contida nas Sagradas Escrituras, devemos tomar também como um dogma de fé? Quando, em 1545, o Concílio de Trento decretou dogmas como os sacramentos, a missa, a veneração e invocação dos santos, o purgatório e as indulgências, devemos crer que são verdades de Deus e por isso devemos aceitá-las como dogmas de fé? Quando o concílio Vaticano I decretou o governo de Deus sobre a sua criação (SB 8,1) e que Ele cria livremente todas as coisas do nada (DS 3025), mas ao mesmo tempo decreta, na Constituição Dogmática Pastor Aeternus, o primado e a infalibilidade do papa, devemos tomar esse último como Palavra de Deus, como dogma de fé irrefutável? Se por um lado a igreja católica se esforçou para defender a fé cristã contra as grandes e pequenas heresias, por outro lado, por meio do Pala Adriano I, instituiu, no Concílio de Nicéia I, no ano 787, o culto à Maria (hiperdulia). Então, temos duas espécies de dogmas: aqueles que podemos comprovar por meio da Bíblia, e aqueles que são totalmente estranhos a ela. Nos primeiros devemos crer, mas os segundos devemos combater.
            Então o que é dogma? Será que tudo o que foi estudado na obra de Montfort e diversos outros autores marianos a respeito das doutrinas e dogmas referentes à Maria são dogmas dignos de fé? Os católicos romanos sabem fazer a distinção entre um dogma bíblico e um extra-bíblico? Na teologia protestante, o termo dogma tem o sentido de doutrina e diz respeito àqueles pontos de fé aprendidos por meio das Sagradas Escrituras e cridos por toda a cristandade. Ele faz parte do métodos Especulativo de interpretação utilizado pela Teologia Sistemática, que também envolve os métodos Teológico, Místico e Indutivo (Hodge, 2001). O dogmatismo pode ser um apego demasiado à razão em detrimento da fé, por ser uma demonstração filosófica de como as coisas são ou devem ser. O dogmatismo transporta a autoridade e infalibilidade da verdade revelada à falibilidade do intelecto humano (Hodge, idem). As doutrinas apresentadas pelo dogma seriam, portanto, conclusões da mente humana diante da revelação divina em detrimento da autoridade de Deus e das Escrituras Sagradas.
            Hodge toma o testemunho das Escrituras contra o dogmatismo racional. Ele afirma que os escritores bíblicos se apresentam no caráter de testemunhas, como instrumentos de Deus e não com base em demonstrações racionais e filosóficas. A primeira, última e suficiente razão para a fé é: “Assim diz o Senhor” (p. 36). O seu evangelho era sustentado pelo testemunho de Deus, asseverando que suas doutrinas “eram matéria de revelação, para serem recebidas com base no testemunho divino”. De fato, o evangelho pregado pelos apóstolos, as epístolas do Novo Testamento e todos os escritos do Antigo não são parte de uma racionalização humana, mas da sabedoria de Deus. O próprio apóstolo Paulo, conhecedor profundo da Lei e excelente pregador cristão, não pregava o evangelho seguindo seus próprios pensamentos (1 Coríntios 1:17), mas pela sabedoria de Deus (vs. 18-25). Para ele, a sabedoria deste mundo era loucura para Deus (3:19). A sabedoria que interessa ao crente é aquele que é do alto e que provém de revelação divina (12:8; Tiago 3:17), isto é, a Palavra de Deus: a Bíblia.
            Quanto ao significado do dogma para o católico, o fiel leigo, isto é, a grande maioria do povo católico, certamente não saberia dar uma explicação correta. Um texto postado na Internet por um católico que descreve dez razões pelas quais não é protestante, traz a seguinte assertiva:

Nossos queridos protestantes não sabem o que são dogmas... Pensam que a Igreja, ao dogmatizar um ponto de fé afirma algo do tipo: “a partir de agora, todos acreditamos nisto”. Só que não é assim! A Igreja, ao dogmatizar algo, diz claramente: “os cristãos, sempre, desde os primórdios, e em todos os lugares, acreditaram nisto, pelo que não é lícito a nenhum católico duvidar que esta é a fé verdadeiramente cristã.” Portanto, importa muito pouco que um dogma tenha sido proclamado no século IV ou no século passado. O fato é que os cristãos sempre acreditaram neles.

            Se como pontos de fé aceitos pelos cristãos desde sempre o autor está se referindo à Tradição católica romana na pessoa de seus santos e papas, ele tem razão naquilo que diz. Como já vimos, o dogma da Imaculada Conceição atravessou os séculos até se tornar um ponto de fé católico. Isto significa que desde épocas remotas do cristianismo ele era crido como verdadeiro. Porém, isto não é para animar os fiéis católicos. Muitas heresias eram cridas e pregadas muito antes de se falar sobre esse dogma, como o Gnosticismo. A luta da igreja católica durante séculos de sua existência sempre foi a de combater tais heresias, determinando aquilo em que criam e o que deveria ser considerado como anátema. O Concílio de Trento, reconhecidamente contra os pilares da Reforma Protestante, ditou suas regras e escolheu no que crer, deixando de lado aquilo que considerava herético. Então, só porque os cristãos acreditaram em algo durante séculos não quer dizer que isto seja verdade e tenha o mesmo peso da revelação divina e bíblica. Os homens são muito prodigiosos no invento de doutrinas que não se encontram na Bíblia.
            Ao afirmar que os protestantes não sabem o que são dogmas, o missivista apenas demonstra ele próprio desconhecer o significado dos dogmas para a igreja católica romana. A respeito da definição dos dogmas, o Catecismo da Igreja Católica (n. 88, grifo meu), se expressa da seguinte maneira:

O Magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando, utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária.
           
            De acordo com Schneider (2000, p. 27), citando F. Diekamp, dogma é “uma verdade revelada diretamente por Deus, proclamada pelo Magistério da Igreja de forma clara e definitiva para todos os cristãos, como objeto de fé católico e divina obrigatória”. Essa dogmática é supostamente orientada pelas Sagradas Escrituras, mas estas sob a orientação do Magistério, que também deve levar em conta as autoridades teológicas reconhecidas, principalmente da época dos Pais da Igreja. Neste trabalho, o bispo de Roma pode gozar da infalibilidade papal, podendo pronunciar em última instância, a palavra que decide ou também exclui (Schneider, idem). A dogmática atua como uma interpretação da autocomunicação de Deus, estabelecendo as normas de fé para serem cridas pelos fiéis. Como visto, um dogma não é algo que se possa desacreditar, mas é uma obrigação que de fato diz: “A partir de agora todos devem acreditar nisto”.
            É sob esta fórmula que apela para a autoridade do Magistério da igreja e a infalibilidade dos papas que o catolicismo romano engendrou seus dogmas durante os séculos. Os dogmas, embora sejam confirmados como regras de fé definitivas e irrevogáveis, podem ser desconsiderados de acordo com as conveniências histórias e circunstanciais da igreja. Na relação existente entre a Tradição e as Sagradas Escrituras, há uma estreita união e comunicação, de modo que ambas formam a mesma fonte divina e tendem para o mesmo fim (Dei Verbum, 67). Existem, porém duas modalidades distintas de transmissão dessas fontes comuns. Enquanto a Sagrada Escritura é a Palavra de Deus redigida sob a direção do Espírito Santo, a Tradição é a transmissão e a interpretação da Palavra de Deus confiadas por Cristo e pelo Espírito Santo aos apóstolos e seus sucessores. Assim, a igreja católica não deriva apenas da Bíblia a certeza de tudo o que foi revelado por Deus, mas ambas, Escritura e Tradição “devem ser aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência” (CIC, 82; Dei Verbum, 9).
            O Catecismo da Igreja Católica (n. 83) faz uma diferenciação entre Tradição Apostólica e Tradições Eclesiais. A primeira atesta o processo da Tradição viva da igreja, uma vez que não havia nada escrito na primeira geração de cristãos. A segunda, diz respeito às tradições teológicas, disciplinares, litúrgicas e devocionais surgidas ao longo do tempo nas Igrejas locais. Á luz da primeira Tradição, tais tradições “podem ser mantidas, modificadas ou mesmo abandonadas, sob a guia do Magistério da Igreja”. Com isto podemos entender que a compreensão de algum ponto de fé determinado no passado pelos santos padres pode ser, no presente, mantido, modificado ou abandonado. Isto é, embora as Tradições católicas façam parte do depósito da fé da igreja e partam de uma interpretação ex cathedra de seus magistrados; e embora os fiéis sejam levados a acreditar que tal ponto de fé é verdadeiro e por isso deve ser seguido, em algum momento ele pode ser revogado. Então, o que é a verdade?
            O exemplo mais clássico que podemos citar é o da Santa Inquisição. Este acontecimento histórico que se impôs sobre o mundo durante muitos séculos, colocou na prisão e assassinou incontável número de pessoas que não criam em Deus da mesma forma que os católicos criam. Mesmo muitos padres católicos tiveram de enfrentar os tribunais inquisitoriais, bem como os judeus, os protestantes e as “bruxas”. Foi em 1179 que o Concílio de Latrão decretou a perseguição permanente aos “hereges” (Peres, 1998). Em 1215, o mesmo Concílio decretou que os bens dos “hereges” fossem confiscados pelos governos. A verdadeira Inquisição, porém, foi organizada pelo papa Gregório IX (1181-1185), no Concílio de Verona.
Não é o objetivo deste estudo fazer um relato minucioso das práticas cruéis e desumanas engendradas pelos tribunais da “Santa Inquisição”, mas comparar as doutrinas do passado católico com as do seu presente. O início do Malleus Maleficarum, escrito em 1484 pelos inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger, traz uma bula escrita pelo papa Inocêncio VIII, a 9 de dezembro de 1484, com o seguinte prólogo (2002, p. 43):

Desejando, na mais sincera apreensão, como bem requer o Nosso Apostolado, que a Fé Católica, mormente em Nossos dias, cresça e floresça por todas as partes, e que toda a depravação herética seja varrida de todas as fronteiras e de todos os recantos dos Fiéis, é com enorme satisfação que proclamamos e inclusive reafirmamos os meios e métodos particulares pelos quais Nosso desejo piedoso poderá surtir os efeitos almejados, já que quando todos os erros forem erradicados pela Nossa dissuasão diligente, como pela enxada do agricultor previdente, um maior zelo e uma observância mais regular de Nossa Santa Fé venham a ficar firmemente impressos no coração dos fiéis.

            Também o Directorium Inquisitorum, o Manual dos Inquisidores, escrito por Nicolau Eymerich em 1376, traz inúmeras revelações a respeito da intolerância dos líderes da Sé romana contra os “hereges”. Eram considerados como ameaças, por exemplo, aqueles blasfemadores que se opunham aos dogmas da igreja católica ou maldiziam o Senhor e a Virgem Maria. A insistência em permanecer no seu erro diante dos tribunais da Inquisição significaria a sua entrega ao braço secular (p. 49, 50), que se encarregaria de assassiná-los, pois a igreja não podia jamais derramar sangue. Um ato de extrema hipocrisia. Nos julgamentos, eram empregados alguns meios – conforme prometido pelo papa Inocêncio VIII – para arrancar a confissão dos supostos hereges: apetrechos de mutilação, o balcão de estiramento, a cadeira das bruxas, a cadeira inquisitória, a cadeira inquisitória menor, a caixinha para as mãos, o cavalete, a cegonha, o despertador, o esmaga-cabeça, o esmaga-joelho, o esmaga-polegar, o esmaga-seios, a forquilha do herege, o garrote, a guilhotina, o machado, a máscara da infâmia, a mesa de evisceração, o pêndulo, a roda alta, a roda de despedaçamento, o tronco e a virgem de Nuremberg (Peres, idem).
            Além do que já foi dito, inúmeros livros de História geral e da religião podem ser consultados como uma forma de aprofundamento do tema. Quanto ao nosso estudo, vimos que os líderes da igreja católica romana, falando ex cathedra, na posição de alter Christus, em posse do múnus da infalibilidade, utilizando-se do depósito da fé, pronunciando-se com base na Tradição viva da igreja, decretaram um tribunal sanguinário, intolerante e espúrio que até hoje causa vergonha e constrangimento aos próprios católicos. Lendo-se “O Martelo das Feiticeiras”, o que se vê é que os inquisidores tinham seus atos bárbaros e sanguinários baseados na Bíblia! Então eles estavam errados? Mesmo tomando por base o texto bíblico e com o múnus da infalibilidade a Inquisição teria sido um trágico equivoco?
Como vimos acima, o Catecismo da Igreja Católica tem uma saída para esse labirinto de enganos. O que foi expresso como uma verdade pode ser mantido, modificado ou abandonado. E é o que foi feito: foi abandonado. Hoje, dentro de uma visão totalmente diferente, e embora ainda considerando a igreja católica romana como única e verdadeira, os papas não perseguem mais os “hereges”, mas se unem a eles em prol da paz no planeta. Os judeus outrora perseguidos e mortos são considerados irmãos; os muçulmanos assassinados na tentativa de tomada da Terra Santa pelos Cruzados, são considerados amigos. Principalmente a partir do Concílio Ecumênico Vaticano II, a igreja romana prega o diálogo com outras religiões. E o discurso inquisitório do passado é trocado, na Verbum Domini, por um discurso mais amistoso em prol do diálogo e da liberdade religiosa (n. 120):

Todavia o diálogo religioso não seria fecundo, se não incluísse também um verdadeiro respeito por toda a pessoa para que possa aderir livremente à sua própria religião. Por isso o Sínodo, ao mesmo tempo que promove a colaboração entre os expoentes das diversas religiões, recorda igualmente “a necessidade de que seja efetivamente assegurada a todos os crentes a liberdade de professar, privada e publicamente, a sua própria religião, e também a liberdade de consciência”, de fato “o respeito e o diálogo exigem a reciprocidade em todos os campos, sobretudo no que diz respeito às liberdades fundamentais e, de modo muito particular, à liberdade religiosa. Tal respeito e diálogo favorecem a paz e a harmonia entre os povos”.

            Com um discurso totalmente diferente e inverso que aquele de Inocêncio VIII, o papa Bento XVI nos mostra como é impossível crer na infalibilidade do papa em matéria de fé e de moral cristãos. Mas nos mostra algo ainda mais importante: a necessidade de nos voltarmos completamente para a Bíblia como nossa única regra de fé, de moral e de prática cristãs – Sola Scriptura! O que a Palavra de Deus inicia falando em Gênesis, ela termina confirmando até o Apocalipse. Não existe contradições, mudança de opiniões. Muito pelo contrário: o próprio Deus, por meio dos seus profetas, denuncia o afastamento do seu povo das verdades divinas. É a ignorância quanto aos desígnios de Deus que nos leva ao erro, a sabedoria que não provém de Deus e por isso não pode gerar a verdadeira adoração (cf. Jeremias 8:7-9). Por isso o apelo bíblico pela boca do profeta Oséias: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” (6:3), para que não erremos por falta de conhecimento das Escrituras e nem do poder de Deus, como os fariseus (Mateus 28:29).
            Outro exemplo pertinente é o da forma como o Concílio Ecumênico de Trento (1545-1563) trata a leitura da Bíblia e como ela diverge completamente do Vaticano II e da Verbum Domini. Assim se expressam os sumo pontífices no Concílio de Trento (n. 785, 786):

Além disso, considerando que poderá resultar em não pequena utilidade para a Igreja de Deus, dando-se a conhecer qual de tantas edições latinas que correm dos Livros Sagrados se deve ter por legítima, esse mesmo sacrossanto Concílio determina e declara: que nas preleções públicas, nas discussões, pregações e exposições seja tida por legítima a antiga edição da Vulgata, que pelo longo uso de tantos séculos se comprovou na Igreja; e que ninguém, sob qualquer pretexto, se atreva ou presuma rejeitá-la [...] Ademais, para refrear as mentalidades petulantes, decreta que ninguém, fundado na perspicácia própria, em coisas de fé e costumes necessárias à estrutura da doutrina cristã, torcendo a seu talante a Sagrada Escritura, ouse interpretar a mesma Sagrada Escritura contra aquele sentido, que [sempre] manteve e mantém a Santa Madre Igreja, a quem compete julgar sobre o verdadeiro sentido e interpretação das Sagradas Escrituras, ou também [ouse interpretá-la] contra o unânime consenso dos Padres, ainda que as interpretações em tempo algum venham a ser publicadas. Os que se opuserem, sejam denunciados pelos Ordinários e castigados segundo as penas estabelecidas pelo direito. [Seguem uns preceitos sobre a impressão e aprovação dos livros, onde se estabelece entre outras coisas o seguinte:] que para o futuro a Sagrada Escritura, principalmente essa antiga edição da Vulgata, seja publicada do modo mais exato possível; e que a ninguém seja permitido imprimir ou fazer imprimir qualquer livro sobre assuntos sagrados sem o nome do autor, nem vendê-los ou retê-los consigo, se não forem primeiro examinados e aprovados pelo Ordinário…

Além de proibir a leitura da Bíblia na língua vulgar (popular), determinando a versão latina como correta e oficial, o Concílio proíbe qualquer interpretação que exceda aquela advinda da “Santa Madre Igreja”. As pessoas não podiam interpretar a Palavra de Deus fora dos ditames dos padres, como também não deveriam publicar o fruto de sua interpretação, sob o risco de serem castigadas segundo pelas estabelecidas. Além disso, os livros teológicos estavam proibidos sem uma anterior aprovação da igreja. É claro que isto afetava diretamente a nascente Reforma Protestante e visava freá-la.
Já no ano 600, o papa Gregório I já havia imposto a língua latina como idioma oficial dos cultos nas igrejas. Em 1287, o Concílio de Valença viria a proibir a Bíblia aos leigos. O Concílio de Trento apresenta o seu cânone dos livros sagrados, incluindo diversos apócrifos, e promete excomungar quem não os aceitasse na íntegra e na Vulgata (n. 783): “Se alguém não aceitar como sacros e canônicos esses livros na íntegra com todas as suas partes, como era costume serem lidos na Igreja Católica e como se encontram na edição antiga da Vulgata Latina; e desprezar ciente e premeditadamente as preditas tradições: - seja excomungado”. Esses fatos nos mostram como sempre foi a relação da igreja católica com a Bíblia e o cuidado que sempre teve em jamais permitir opiniões próprias dos leigos, principalmente se contrárias àquilo que ela pregava. Basta um olhar para a História para percebermos que a conquista do crente pela leitura e interpretação da Palavra de Deus custou muito tempo, lágrimas e sangue.
A Verbum Domini, entretanto, tem um objetivo bastante claro e específico: incentivar os fiéis a lerem e estudarem a Palavra de Deus. Ao contrário do Concílio de Trento que determinou, sob pena de excomunhão, a tradução e a leitura da Bíblia apenas na Vulgata (versão latina da Bíblia realizada por São Jerônimo por volta do final do século IV a pedido do papa Dâmaso), a Verbum Domini, constatando que várias igrejas locais ainda não dispunham de uma tradução integral da Bíblia na sua própria língua, determinou (115,2):

Por isso, o Sínodo considera importante, antes de mais nada, a formação de especialistas que se dediquem a traduzir a Bíblia nas diversas línguas. Encorajo a que se invistam de recursos neste âmbito. De modo particular, quero recomendar que seja apoiado o empenho da Federação Bíblica Católica para um incremento ainda maior do número de traduções da Sagrada Escritura e da sua minuciosa difusão. Bom será que tal trabalho, pela própria natureza, seja feito na medida do possível em colaboração com as diversas Sociedades Bíblicas.

            Embora a tradução, a leitura e a interpretação da Bíblia, como temos visto, estejam sempre sujeitas ao Magistério e aos papas, o texto citado demonstra uma diferença gritante na mentalidade do Concílio Ecumênico de Trento e da exortação pós-Vaticano II, a Verbum Domini. Munidos da mesma autoridade apostólica, baseados na mesma Tradição da igreja e conduzidos pelo mesmo múnus da infalibilidade, os papas de diversas épocas conseguem criar dogmas que se contradizem, que se tornam incoerentes. Se a palavra conciliar do papa é verdadeira e definitiva como dogma de fé, a Bíblia ainda deveria estar sendo lida em latim e as demais versões nas línguas populares deveriam ainda estar sendo proibidas. E se hoje entende-se e pratica-se o contrário, ou o Concílio de Trento errou ou o Vaticano II e a Verbum Domini estão equivocados. Novamente perguntamos: O que é a verdade?

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OS OUTROS FILHOS E FILHAS DE MARIA



O texto a seguir é parte do meu livro DESVENDANDO O SEGREDO DE MARIA, no capítulo que trata sobre a hermenêutica bíblica.


2.3.1.b Primeira regra: tomar as palavras em seu sentido usual, comum


            Quando o interprete se depara com um texto bíblico, ele deve ter em mente que ele não foi escrito em sua língua, mas em outros idiomas. Algumas palavras utilizadas pelos autores bíblicos tiveram sentido para quem as escreveu o os seus leitores na época em que o texto fora escrito. Assim, quando lemos qualquer palavra na Bíblia, precisamos entender o sentido que ela carrega no texto e no contexto original em que foram escritas. Conforme veremos mais adiante, uma mesma palavra pode ter sentidos variados, dependendo do autor que a escreveu, da sua época, do contexto histórico e do contexto de ideias que ele pretendia transmitir naquele momento.
            Um erro corrente até mesmo nas traduções da Bíblia é a escolha errada de palavras para substituir termos bíblicos que no nosso contexto possuem um significado diferente. Por exemplo, aquilo que hoje traduzimos como “coração”, no texto bíblico hebraico significa as entranhas, literalmente as nossas tripas. Na nossa cultura porém, é do coração que brotam as emoções, assim como os judeus faziam alusão às entranhas. Mas o sentido é preservado. Embora existam textos escritos na mesma época das escrituras que contenham as mesmas palavras, para compreendermos o sentido daquilo que a Bíblia nos diz, é nela mesma que devemos nos basear. A palavra “evangelho”, por exemplo, não é de origem cristã, mas era corrente na época em que os textos bíblicos foram escritos e significam “boa-nova”. Mas para sabermos que boa-nova é essa, devemos consultar as Escrituras.
            O contrário disso é o que o catolicismo romano emprega na interpretação da Bíblia, não fazendo caso da exegese correta, interpretando os textos na tradição Alexandrina, isto é, de maneira espiritualista, sem levar em conta o significado real das palavras no texto original. Dessa forma, inúmeros são os textos reconhecidos pelos teólogos católicos como marianos e que não fazem qualquer alusão à Maria, nem o significado das palavras, nem o próprio contexto em que elas foram escritas originalmente. Um claro exemplo é a dificuldade em interpretar os “irmãos de Jesus” descritos em vários textos bíblicos (cf. Mateus 12:46; 13:55; João 7:5). A grande maioria dos teólogos católicos, como Murad (2009), interpretam esses “irmãos” como sendo primos de Jesus, filhos de uma outra Maria, que seria mãe também de Tiago e José, citando Marcos 6:3 em comparação com 15:40 e 16:1.
            Apesar dos esforços dos teólogos católicos para comprovarem que os irmãos de Jesus citados na Bíblia eram primos de Jesus, filhos desta outra Maria, a própria Bíblia se encarrega de nos revelar a verdade. Vejamos:

·         Em Mateus 12:46 está claro que “sua mãe e seus irmãos” eram de fato mãe a irmãos de Jesus. Ele tinha quatro irmãos, que são mencionados pelo nome em Marcos 6:3.
·         Em Marcos 6:3 existe uma descrição direta dos irmãos de Jesus pelos nomes (Tiago, José, Judas e Simão), além das suas irmãs que não são nomeadas. Os seus ouvintes, impressionados pelas coisas que ouviam, e pelas maravilhas que presenciaram, indagam sobre “o carpinteiro, filho de Maria”, isto é, o próprio Jesus. Neste caso é necessário atentar também para a palavra “filho”. Embora ela seja utilizada em quase todos os idiomas para se referir a um parente próximo (filhos da uma mesma mãe), na Bíblia pode ser utilizada para remontar a um parente remoto. Embora sendo neto de Saul, Mefibosete é chamado de seu neto. Ló é chamado de filho de Abraão, embora fosse seu sobrinho. Isto é um hebraísmo que explica como todos os israelitas eram chamados de “filhos de Abraão” (João 8:39), ou como existem os “filhos da promessa” (Romanos 9:8), “filhos da ira” (Efésios 2:3), “filhos da luz” (Efésios 5:8). No texto de Marcos 6:3, todavia, a referência a Jesus como “filho” de Maria está diretamente ligada ao fato de ele ter outros “irmãos e irmãs”. Isto é, tais irmãos e irmãs eram reconhecidamente “filhos” de Maria, assim como Jesus. Uma interpretação diferente é meramente especulativa.
·         Em Marcos 15:40 está claro que a Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José não é a mãe de Jesus. O contexto deixa isso bastante claro. O Tiago mencionado neste versículo era o filho de Alfeu e irmão mais velho do apóstolo João (Marcos 1:19; 3:17), morto por ordem de Herodes Agripa I (Atos 12:2). De José não se tem conhecimento. Esta Maria é citada novamente no versículo 47 e em 16:1.
·         Em João 2:12; 7:1-10; Atos 1:14; 1 Coríntios 9:5 e Gálatas 1:19 vemos uma clara referência aos irmãos de Jesus, que ainda não criam nele.
·         Em Colossenses 4:10 temos uma ocorrência da palavra “primo”, onde Paulo refere-se a Marcos como primo de Barnabé. Paulo utiliza o termo aneyioz para “primo”. Em Gálatas 1:19, ao referir-se a Tiago como o irmão do Senhor, ele utiliza adelfon tou kuriou. Em Mateus 12:46, o termo utilizado para os irmãos de Jesus foi o mesmo empregado em Gálatas. O mesmo ocorre nos outros textos onde o catolicismo romano insiste que os “irmãos” (adelfoi) de Jesus, na verdade são seus “primos” (aneyioz). Comprovada está a verdade da Bíblia pela própria Bíblia.

Embora em diversas partes da bíblia a palavra irmão possa denotar um carinho especial por alguém, o compatriotismo, irmandade na fé. Embora Murad (2009) utilize-se de Gênesis 11:31 e 13:8 para mostrar como irmãos podem significar parentes próximos e Gênesis 2:11 para explicar o termo “irmãos” no sentido de compatriotas, e com isto dar base à teoria de que os irmãos de Jesus descritos na Bíblia eram seus “primos”, filhos de uma outra Maria ou de um primeiro casamento de José, o fato é que outras regras da hermenêutica ainda precisam ser observadas. Então o que explica a confusão literária entre as palavras “irmãos” e “primos” causada pelos teólogos católicos? Uma declaração de Murad (p. 113, 114) desvenda-nos o mistério:

Embora consideremos somente a Bíblia como Palavra de Deus, nós, católicos, também levamos em conta a Tradição cristã, isto é, tudo aquilo que a Igreja, inspirada pelo Espírito, foi selecionando e acumulando na sua experiência, e afirmando como decisivo na sua identidade. Guardamos, com especial carinho, os documentos de homens e mulheres que viveram e testemunharam a fé desde o início, como Clemente, Justino, Irineu, Inácio de Antioquia, Perpétua e Felicidade, Cirilo de Jerusalém e tantos outros. Eles são chamados os “pais e mães da Igreja”.

            Quando os argumentos baseados na Bíblia não são suficientes para comprovar suas doutrinas, os teólogos católicos ficam a vontade em apelar para a Tradição, para os sermões, orações, hinos litúrgicos, cartas e outros depoimentos desses “pais e mães da Igreja”, ainda que eles não se sustentam na Verdade divinamente revelada por Deus, ainda que dela difiram, ainda que a ela deturpem e mesmo que dela tenham que abrir mão. Assim, tendo-se o cuidado para não tomar a palavra ao pé da letra, mas buscando os modos próprios de expressão de cada idioma (Lund e Nelson), é necessário buscar sempre o sentido literal dos termos. Alguns textos podem nos soar estranhos, como Lucas 14:26 ou Mateus 10:37, mas o estudo do idioma e do contexto sempre nos levarão a uma correta interpretação da Bíblia. Compare-se, por exemplo, os diversos significados, em diversos textos e contextos diferentes, das palavras “mundo” e “carne”; ou das palavras “salvação”, “confiança”, “fé”. Ou mesmo de “obras” em dois contextos: a teologia paulina da justificação pela fé e a epístola de Tiago, irmão de Jesus.

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