quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

OS VÁRIOS MEIOS DE SALVAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA - primeira parte


Prólogo

            Este é um estudo bastante extenso a respeito da salvação dentro da teologia católica romana, talvez grande demais para um blog, por isso eu o dividi em várias partes. Aconselha-se ao leitor ler uma a cada dia, tomando os seguintes cuidados:

Primeiro: Tenha sempre em mãos uma Bíblia de sua preferência, dependendo da fé que você professa – católico, protestante ou outro.

Segundo: Ore sempre antes de ler este estudo, pedindo a direção do Espírito Santo e o entendimento necessário para compreender o que está sendo ensinado.

Terceiro: Confirme em sua Bíblia se as ideias aqui apresentadas estão de acordo com os textos bíblicos indicados. Caso concorde com o que foi escrito, busque outros textos na Bíblia que possam reforçar a sua fé; caso discorde de partes ou de tudo, busque igualmente textos na Bíblia que confirmem sua fé e repasse-os também a mim, para que eu possa estudá-los.

Quarto: É aconselhável antes ou depois da leitura deste texto, o leitor aprofundar-se no estudo da salvação (soteriologia). Recomendo um bom livro de Teologia Sistemática, como por exemplo, o de Charles Hodge, da editora Hagnos. E também o livro “Conhecendo as doutrinas da Bíblia”, de Myer Pearlman, editora Vida. Além desses, quem desejar um conhecimento profundo a respeito da cruz de Cristo e do que ela representa para a humanidade, sugiro o excelente livro “A cruz de Cristo”, de John Stott, também publicado pela editora Vida.

Boa leitura e que Deus ilumine sua mente com Sua maravilhosa graça.

Mizael  Xavier



PRIMEIRA PARTE


1 Introdução


            O que devo fazer para que seja salvo? Esta foi a pergunta do carcereiro que tomava conta de Paulo e Silas, que haviam sido encarcerados após serem açoitados por causa da pregação do Evangelho em Filipos, após ver como Deus milagrosamente lhes soltara as cadeias que os prendiam. A resposta do apóstolo Paulo é um resumo de toda a Bíblia, desde Gênesis até o Apocalipse: “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e tua casa” (Atos 16:19-32). A Palavra de Deus nos diz que o carcereiro creu, ele e a sua casa e todos manifestavam grande alegria por terem crido em Deus (v. 34). Todos creram. A fé do carcereiro não salvou a sua família, mas todos precisaram crer para serem salvos.
            Este é o maior presente, a verdadeira riqueza celestial guardada por Deus para nós antes da fundação do mundo: a salvação, o reparo da desobediência de Adão que trouxe a morte e o pecado para todos nós (Romanos 5:12). Foi com esta finalidade que Deus enviou seu filho ao mundo, para dar vida eterna a todo aquele que nele crê (João 3:16). Embora esta verdade esteja escrita há mais de dois mil anos nas páginas das Sagradas Escrituras – Antigo e Novo Testamentos – ela foi escondida pela Igreja Católica Romana durante muitos séculos, até a Reforma Protestante. A maior herança da fé da igreja reformada é essa salvação gratuita que Deus nos dá por meio da nossa fé.
            Esta fé salvítica levou o frei Martinho Lutero a revoltar-se contra a cobrança injusta e abominável de indulgências na sua época e lutar por uma reforma na igreja que ele abraçara, a católica, ato que culminou com a sua excomunhão e perseguição, dando-se início à Reforma Protestante. O tesouro doutrinário que ele e outros reformadores nos deixaram, foi resumido em cinco grandes verdades bíblicas: “Sola Scriptura, Sola Christi, Sola Gratia, Sola Fide, Sola Deo Glória”. Isto significa:

·         Somente a Escritura, a Bíblia, é a Palavra de Deus divinamente inspirada pelo Espírito Santo, inerrante, fonte de normas e práticas para a vida cristã (2 Timóteo 3:16). Toda a verdade que Deus quis nos revelar está contida na Bíblia, que é o próprio Cristo encarnado e glorificado nos céus falando conosco.
·         Somente Jesus é o Cristo (Mateus 16:16), o Filho de Deus (Marcos 14:61,62) e o próprio Deus (1 João 5:20). Ele é o único Senhor (Atos 2:36; Filipenses 2:11), Redentor (Romanos 3:24), Salvador (Atos 4:12), Mediador (1 Timóteo 2:5), Rei dos reis e Senhor dos senhores (1 Timóteo 1:17; Apocalipse 19:16). Somente Ele é digno de toda honra e toda glória (Apocalipse 7:12).
·         Somente pela Graça é que o pecador pode ser salvo, pelos méritos de Cristo (Tito 2:11; Efésios 2:8,9; 1 Pedro 1:3-5). Só poderemos conseguir a salvação através da “justiça de Deus”, comprada pela morte expiatória de seu Filho Unigênito na cruz do Calvário (Isaías 53:5,11; 2 Coríntios 5:21; Romanos 4:6; 5:18,19), independente de nossas obras (Romanos 3:20,24,28; Gálatas 2:16).
·         Somente pela fé o homem é justificado diante de Deus (Romanos 1:16,17). Esta justificação pela fé é um ato inicial da vida cristã, que deve se estender através da nossa santificação, onde somos feitos novas criaturas (2 Coríntios 5:17). Se nos revestimos da justiça de Cristo, devemos, também, purificarmo-nos, do mesmo modo como Ele é puro (1 João 3:3). Pela fé, o crente torna-se filho de Deus pela adoção (Romanos 8:15,23; Gálatas 4:5; Efésios 1:5) e sacerdote real (1 Pedro 2:9).
·         Somente a Deus é a glória (Mateus 5:16; 1 Coríntios 10:31; Efésios 3:21; Salmo 29:8; Lucas 2:14; Romanos 11:36). Nenhuma outra criatura, viva ou morta, é digna de receber a glória devida somente a Deus. Ninguém além dele deve ser invocado e adorado. Somente Ele é Deus.

Estas são verdades gerais aceitas pelas igrejas reformadas, mesmo que algumas outras doutrinas difiram em alguns pontos (igrejas tradicionais, pentecostais, neopentecostais, etc.). Mesmo com doutrinas divergentes, um ponto permanece inalterado: Só Cristo salva. Esta salvação, para a maioria dos crentes, é eterna, mas alguns movimentos evangélicos, como os batistas nacionais, por exemplo, pregam que o crente pode perder a sua salvação se cair no pecado. Pessoalmente discordo desta linda teológica, por acreditar que, segundo textos abundantes da Bíblia, “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8:1). De qualquer forma, a fé em Cristo para a salvação é o alicerce da fé cristã e é o que a Bíblia nos ensina abundantemente.
            Essas verdades tão claras para o cristão reformado, são meras ilusões para os fiéis católicos romanos, principalmente para seus líderes, cujo cabeça é o papa. A Igreja Católica Apostólica Romana possui doutrinas totalmente divergentes daquelas ensinadas pela Bíblia e aceitas pelo Protestantismo. A doutrina da salvação descrita nos diversos concílios e propagada pelo Catecismo mescla aquilo que é oficial e ensinado pelo Magistério da Igreja às crendices populares, rapidamente aceitas pelo dito Magistério e tidas como dogmas dignos de fé. Para o fiel católico, não existe um Cristo que salva, mas um Cristo misturado a diversos outros elementos que possuem o mesmo poder salvador, inclusive Maria.
            Como se verá a seguir, é preciso muito mais que a fé em Jesus para salvar o pecador. Em muitos pontos as doutrinas romanas se contradizem a si mesmas, mas a sua maior contradição encontra-se diante da Palavra de Deus. Nenhum texto bíblico apresentado pelos autores citados é capaz de expressar a “verdade” que eles tentam passar, muito pelo contrário. Uma litura da Bíblia sob a direção do Espírito Santo logo mostrará a realidade por trás da doutrina católica romana e denunciará o erro em que seus criadores estão incorrendo, criando um outro evangelho, distorcendo a verdade de Deus e transformando a fé cristã num aglomerado de dogmas que somente os papas podem criar, ensinar e decifrar. Após analisar a doutrina católica naquilo que diz respeito à salvação do pecador, apresentarei a doutrina bíblica do plano de salvação de Deus para o homem em Cristo Jesus, pela graça, por meio da fé somente.

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