quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A CERTEZA E A SEGURANÇA DA SALVAÇÃO NO LIVRO DE ROMANOS

Este texto faz parte do meu livro SALVOS PARA SEMPRE: UMA VIVA ESPERANÇA EM CRISTO, ainda a publicar. Todos os direitos reservados.


A certeza e a segurança da salvação no livro de Romanos

                Durante algum tempo estudei a Epístola de Paulo aos Romanos e nela descobri textos preciosos que confirmam a certeza e a segurança da salvação. Quando estudamos o livro de Romanos, descobrimos duas realidades contrastantes: a do nosso pecado que nos separa de Deus (3:23) e a sua maravilhosa Graça que nos justifica em Cristo Jesus (3:24). Todo o livro é um resumo daquilo que Deus vem revelando ao homem desde Gênesis: a justificação pela Graça, por meio da fé. Romanos não somente nos mostra o caminho seguro da salvação, como nos consola com estas palavras eternas: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (8:1).
                Somente estas palavras já seriam o suficiente para garantir que de fato o cristão verdadeiro não pode mais entrar em condenação. Entretanto, vamos aos principais textos de Romanos que reforçam esta maravilhosa e graciosa verdade.


6:8-11 – Estamos mortos para o pecado e vivos para Deus

O cristão está morto para o pecado (v. 2). Como Cristo morreu pelos nossos pecados, nós também morremos (v. 2,3; cf. 2 Co 5:14; 2 Tm 2:11) e fomos nele batizados como o selo da nossa participação nessa morte e ressurreição, sendo este selo válido somente ao ser ratificado pela fé (Shedd; cf. Cl 2:12). Quem morreu “está justificado do pecado” (v. 7). Se estamos justificados do pecado, cremos que já não podemos mais viver no pecado ou perder a justificação que nos foi outorgada. Contra a idéia de que é possível viver pecando para que a Graça seja sempre mais abundante, Paulo apresenta dois resultados decorrentes da nossa união com Cristo (Shedd): a) a remoção de nossa culpa pela morte sacrificial de Cristo; b) a eficácia da ressurreição numa vida nova de santidade. A culpa foi removida e não pode ser recolocada sobre o cristão. Mas cabe a ele compreender que morreu para o pecado e não deve continuar pecando só porque não pode perder a salvação. Se ele cogita a possibilidade de continuar em seu pecado, deve rever a sua conversão, se realmente morreu com Cristo e é nova criatura (6:4; cf. 2 Co 5:17; Gl 6:15).

6:12-14 – O pecado não tem domínio sobre nós

Um argumento utilizado para aqueles que rejeitam a certeza e a segurança da salvação é que aqueles que as aceitam não buscam santidade por já se acharem salvos. Mas conforme Paulo ensina aos romanos, a santidade é uma conseqüência da nossa união com Cristo. De fato, se o pecado tem domínio sobre nós, se não procuramos viver uma vida de santidade, existe a possibilidade de que jamais tenhamos sido salvos. O salvo entende que o pecado na sua vida deve ser um acidente de percurso e que ele deve abominá-lo. Quem tem prazer no pecado, não está em Cristo. Uma vez mortos para o pecado (v. 2), devemos viver para Deus (v. 10). Devemos fazer, porém, mais uma vez a diferença entre o pecado original e a Lei que nos condenavam, e a carne que habita em nós. Dos primeiros fomos justificados por Cristo, enquanto o segundo mortificamos dia após dia, pois a carne não se converte (cf. Rm 8:13). De qualquer forma, o pecado não pode ter mais domínio sobre o cristão, pois agora ele está debaixo da maravilhosa Graça do Senhor.

6:14,18 – Somos servos da justiça

Uma vez tendo o pecado cancelado por Cristo na cruz, o cristão não pode mais viver sob o seu domínio. Devemos entender aqui o pecado sob duas formas: a) o pecado original que condena o homem e o destitui da glória de Deus, o qual se deu a conhecer pela Lei. Se Cristo veio cumprir a Lei, o pecado não tem mais domínio sobre aquele que crê; b) o pecado da carne. A carne não se converte, se mortifica. Para o primeiro, Cristo já pagou a dívida, não é possível mais sermos condenados por Ele, uma vez que, pela Graça, recebemos o dom da fé e cremos para a salvação. O segundo, que continua a se fazer presente em nós, é mortificado pelo Espírito Santo, mas não pode nos condenar, pois nossa dívida já foi paga. A tentação não condena o cristão, pois já nenhuma condenação há para ele (Rm 8:1; cf. 1 Co 10:13; 2 Pe 2:9). Uma vez que ele se arrepende dos seus pecados, volta a ter comunhão com Deus e é feito servo da justiça (v. 18).

8:1,2 – Nenhuma condenação para os que estão em Cristo

Este texto encerra toda a verdade de Romanos. Nele compreendemos que existem duas realidades: a Lei, que condena o homem, e Cristo, que o liberta. O texto começa dizendo “Agora, pois...”. O termo grego usado é aqa e significa “portanto, consequentemente”, e é uma inferência tirada daquilo que a precede. Isto é, a conseqüência de tudo aquilo que Paulo vinha afirmando nos capítulos anteriores é que nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. A lei da vida, que é a lei de Cristo, a lei da Graça, nos livrou da Lei do pecado e da morte (v. 2). Aquele julgamento contrário que havia contra nós foi cancelado e a nossa dívida já foi paga. A conseqüência natural da Graça é o livramento do pecado e a certeza da salvação. Se nenhuma condenação pode haver, como pode o cristão incorrer novamente nesta condenação da qual já foi liberto?

8:9-11 – Somos habitação do Espírito

A garantia da nossa salvação e ressurreição é a presença do Espírito de Cristo que habita em nós (cf. Ef 1:13,14; 2 Co 5:5). O cristão é propriedade exclusiva de Jesus Cristo. Embora ainda possa incorrer no risco do pecado, este não tem mais domínio sobre ele, porque o que nele habita é a divina semente (cf. 1 Jo 3:9). A vivificação do nosso corpo mortal é uma promessa de Deus e o propósito da vinda de Cristo. Ele morreu para que tivéssemos vida em seu Nome (Jo 20:31), e os que vão até Ele, de modo algum Ele os lançará fora (Jo 6:37). “Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte” (v. 2).

8:16,17 – Somos filhos de Deus

O Espírito Santo testifica que somos filhos de Deus, o que quer dizer que somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. Se somos filhos de Deus, como poderemos ser condenados? (cf. Ef 1:4). Assim que cremos, fomos selados com o Espírito Santo, o qual é o penhor da nossa herança e a garantia de que seremos resgatados por Deus (cf. Ef 1:13-14 mais adiante). Independente de cair ou não em pecado, de desviar-se ou manter-se firme a vida inteira, o cristão estará no céu, pois a presença do Espírito Santo dentro dele lhe dá esta garantia. Isto não abre espaço para que ele viva pecando por já estar seguro da sua salvação. Conforme já vimos, o verdadeiro cristão não permanece no pecado, não sente prazer em pecar (6:1-4). O simples pensamento de aproveitar-se da segurança da salvação para viver pecando, já é o suficiente para mostrar que tal pessoa nunca foi salva, nunca pertenceu de fato a Deus.
Mas o fato da segurança da salvação é que a salvação não é fruto da nossa justiça, como o apóstolo Paulo afirma: “não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (3:11,12). A justificação é “unicamente” pela Graça de Deus (3:24; 5:9). Somos salvos pela justiça de Cristo imputada a nós (cf. 2 Co 5:21; Tt 3:5-7). O que não foi conseguido por méritos próprios também não pode ser perdido por demérito. Entretanto, muitas pessoas acham um absurdo que o Espírito Santo possa habitar numa pessoa desviada. Cabem aqui alguns comentários:

1)      O que fizemos de bom para que o Espírito Santo viesse habitar em nós? Que obra praticamos capaz de merecer o dom do Espírito? Em primeiro lugar, a epístola aos Romanos deixa bastante claro que todos somos pecadores e carentes da glória de Deus (3:23). O Espírito Santo não habita em nós por merecimento ou porque nos tornamos santos para virarmos sua habitação, muito pelo contrário: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (5:8). Ele habita em nós mesmo sendo nós pecadores, por isso há uma luta entre a nossa carne e o Espírito Santo (Gl 5:17,18). Ele é a única coisa que nos difere do descrente, pois testifica que de fato somos filhos e propriedade exclusiva de Deus (Ef 1:14; 1 Pe 2:9). Mas somos tão pecadores quanto ele.
2)      Aqueles que dizem que se o cristão se desviar perde a salvação – e consequentemente o Espírito Santo, que é o penhor da nossa salvação – acabam rotulando pecado, colocando alguns num patamar maior que outros. Por exemplo, alguém já argumentou que o cristão salvo não pode cometer um assassinato, e se cometê-lo desviado, é porque não possuía o Espírito Santo. Mas que diferença há entre matar alguém e simplesmente cobiçar as coisas alheias? Nenhuma, pois os mandamentos do Senhor encerram a ambos na mesma categoria de pecado, sem grau de importância.
3)      Os defensores da perda da salvação sempre argumentam quanto aos pecados cometidos que apagam o Espírito e fazem com que o salvo se perca novamente. Todavia, jamais citam o pecado relatado em Tiago 4:17: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.” Muitos crentes deixam de fazer o mal, mas não passam a fazer o bem. Não oram, não amam, não praticam a caridade, não promovem a justiça, são duros em perdoar, não evangelizam, não deixam de lado a amargura, não socorrem os órfãos e as viúvas, etc. E nisso não se sentem desviados ou em pecado. Mas se alguém matar alguém, se deixar de dar o dízimo, se adulterar descaradamente, aí está desviado e perdeu a salvação.
4)      Se pararmos para pensar, descobriremos que a doutrina da perda da salvação afirma que podemos nos manter firmes por nossos próprios méritos, que somos capazes de não pecar. Ora, se isso for verdade, a salvação não é pela Graça, além do que a santificação não é operada pelo Espírito Santo, mas por méritos humanos. Além disso, se aceitarmos que a salvação é pela Graça e a santificação é operada pelo Espírito, devemos crer que o cristão desviado era salvo e possuía o Espírito, e se é assim, como poderá perdê-los?

8:24 – Temos a esperança eterna

                Enquanto está no mundo perdido e sem Deus, o homem está desesperado, embora muitos não se dêem conta disto nem o admitam por não crerem na existência de Deus e na vida após a morte. Todavia, aqueles que estão em Cristo podem crer e esperar por uma vida eterna além desta vida terrena. Embora não possamos contemplar com os nossos olhos as promessas de Deus para nós, aguardamos o momento em que a vida se manifestará e nos glorificará juntamente com Cristo nos lugares celestiais. Crer que podemos perder a salvação é crer que Deus não pode realizar aquilo que nos prometeu. Mas se de fato cremos em Deus, temos a esperança da vida eterna que Ele nos prometeu.
                João nos confirma que somos filhos de Deus e ainda o veremos como Ele é e seremos como Ele (1 Jo 3:2). E é esta esperança que desperta em nós o desejo de santidade, de ser como Cristo é agora, nesta vida (cf.Tt 2:12-14). Sem esta esperança na vida eterna não há o desejo ardente de santidade, mas apenas o desânimo de saber que, a qualquer momento, podemos nos perder novamente. A busca por santidade sem a esperança na promessa de Deus, transforma-se em ativismo religioso, onde corremos em busca de ser aquilo que não somos, de crescer por nossos próprios esforços. Porque se a esperança de Deus não está em nós, não é Ele quem opera a santidade, mas a nossa própria capacidade.
                Juntamente com a fé e o amor, a esperança é aquilo que permanece no cristão (1 Co 13:13). Nesta esperança temos a plena convicção de que já somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. Desse modo, a nossa esperança está além daquilo que os nossos olhos podem ver e a nossa mente pode compreender, porque a nossa pátria está nos céus e a nossa esperança não está limitada às coisas desta vida (1 Co 15:19; cf. Rm 12:12; 1 Pe 1:3; Cl 1:27; Ef 4:4; 1 ts 2:16; 1 Tm 4:10; Tt 2:13; Hb 10:23).

8:29,30 – A obra de Cristo é completa

A obra de Deus na vida do cristão redimido é completa, definitiva e eficaz: Ele conhece (v. 29) predestina, chama, justifica e glorifica. A glorificação é o clímax do chamamento cristão, onde seremos como Deus é e o veremos como Ele é (cf. 1 Jo 3:2). Esta é uma promessa que não pode falhar, pois Deus já determinou que fosse assim. Se fosse possível para o cristão perder a sua salvação, esta sequência de bênçãos de Deus seria quebrada e os planos de Deus seriam frustrados, algo que sabemos ser impossível. Mas o texto não afirma que de “todos” os que foram conhecidos, predestinados, chamados e justificados, apenas “alguns” chegariam à eterna glória. Os que Ele de antemão conheceu, com certeza serão glorificados.

8:35-39 – O cristão vence o mundo

O cristão obtém vitória sobre o mundo (cf. 1 Jo 5:4). Paulo deixa bem claro aos cristãos de Roma que Deus é por nós e, portanto, nada nem ninguém pode ser contra nós ou nos separar do seu amor (vs. 31-35). Ele indaga: “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?” E afirma: “É Deus quem os justifica” (v. 33). E ainda: “Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós” (v. 34). Em Cristo o cristão está definitivamente ligado a Deus e não há nada que possa separá-lo do seu amor, nem mesmo os seus pecados, pois já foram cancelados.
Entretanto, se de um lado afirma-se que a salvação é totalmente pela Graça, independente das obras, por outro lado insiste-se em afirmar que as obras podem fazer o cristão perecer. Daí podemos indagar: Então não seria a salvação dependente de certa forma das obras? Porque se a salvação depende de obras para se firmar até o fim, depois que o indivíduo crê, segue-se que já não é somente pela Graça. Mais interessante ainda é ver aquelas pessoas que dizem que a própria fé é um dom de Deus para a salvação e que por si só o homem não pode ter fé, afirmarem que ele pode, por seu próprio poder e vontade, decair da Graça e perder essa fé.

9:31-33 – Quem está em Cristo não é confundido

A Rocha que os judeus rejeitaram e nela tropeçaram, mantém o cristão em pé e ele não pode tropeçar (cf. Jo 11:9). O cristão não está seguro pelos seus méritos, pelo seu excelente grau de santidade alcançado por meio de orações e jejuns, de esmolas e dons espirituais. Os Coríntios possuíam muitos dons e eram reputados por Paulo como carnais (1 Co 3:2). O que firma os passos do cristão é o alicerce sobre o qual está edificado: Jesus Cristo. Ele pode pecar, mas os seus pecados já foram expiados; ele pode até se desviar, mas o alicerce continua firme e não pode ser abalado (1 Co 3:10,11). Quem crê em Cristo não será confundido. Perder a salvação após ter crido nele não seria uma confusão?

11:29 – Os dons de Deus são irrevogáveis

Paulo fala aos romanos que os dons e a vocação de Deus são “irrevogáveis”. Isto é, Deus não se arrepende, não voltará atrás em seus atos de Graça, dos quais o maior de todos é a salvação em Cristo Jesus. As promessas de Deus para o povo de Israel deveriam se cumprir e tiveram o seu termo em Cristo. Deus não voltará atrás. Da mesma forma para conosco, o seu povo escolhido em Cristo, Ele não voltará atrás. Deus não revoga a sua aliança, o seu perdão, a sua justificação, a redenção, a salvação e a ressurreição. Quem salva é Ele e Ele é poderoso para nos levar seguros para a glória nos céus. Não são os nossos pecados que podem nos separar de Deus, mas a nossa falta de fé: “Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo 3:18).

14:4 – O Senhor é poderoso para nos suster

O Senhor é poderoso para suster o seu servo. Mesmo se cair não ficará prostrado (cf. Sl 37:23,24; 145:14; Pv 24:16; Jó 4:4; Mq 7:8). Quem defende a perda da salvação afirma que o cristão desviado, se morrer desviado, não vai para o céu. Entretanto, a salvação é algo que acontece aqui e se estende à eternidade. Estamos salvos, mas ainda não participamos da ressurreição final para a vida. Deus é poderoso para salvar o cristão aqui e na glória. Se ele vier a morrer estando desviado, a glória de Deus o acompanhará, pois quando creu, foi salvo para a eternidade. O corpo pode morrer, mas a alma vive para Cristo.

16:25,26 – Somos confirmados segundo o Evangelho

O cristão é guardado pelo poder de Deus que o confirma segundo o Evangelho de Paulo e a pregação de Jesus Cristo (cf. 2 Tm 1:12; Jd 24). Que Evangelho? Que pregação? A própria epístola é a resposta a esta pergunta: o Evangelho da Graça de Deus, onde somos salvos por meio da fé, independente das obras. É a Graça de Deus que nos salva e nos leva firmes para a glória. Se perdêssemos a salvação todas as vezes que pecássemos, estaríamos anulando a cruz de Cristo, pois na cruz ele nos perdoou de todos os nossos pecados, cumpriu a Lei e nos deu salvação em seu Nome (cf. Ef 2:11-16; Cl 1:20; 2:14). O cristão já está confirmado por Cristo diante de Deus, que o confirmará até o fim (cf. 1 Co 1:8). Paulo diz que somos confirmados segundo o seu Evangelho e a pregação de Jesus Cristo, “conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos”. Que mistério é este? É o Evangelho da Graça de Deus para a obediência por fé entre todas as nações (v. 26). O cristão é confirmado na Graça de Deus abundante em Cristo Jesus, independente da Lei e das obras. Se não são as obras ou a Lei que confirmam a nossa salvação, porque haveremos de perdê-la por meio delas? Se já não estamos mais debaixo da Lei e se Cristo já a cumpriu por nós, por ela haveria ainda de nos condenar?

Estes são apenas alguns exemplos retirados do Livro de Romanos para atestar a certeza e a segurança da salvação. Embora esta epístola seja o texto áureo acerca da Graça salvadora de Deus, toda a Bíblia nos fornece a mais absoluta certeza de que não podemos perder a salvação, uma vez que fomos chamados, regenerados, justificados, redimidos, santificados e salvos. É isto que temos aprendido até aqui e que ainda veremos em muitos outros textos que a Palavra de Deus tem para nos fornecer.
                Apenas para acrescentar mais certeza à nossa convicção, vamos citar alguns versículos que mostram que Deus é imutável em seu caráter e essência. Ele não se arrepende, não muda de idéia quanto a algo que já havia determinado. Quando a Bíblia fala que Deus se arrependeu de algo que tinha feito – como a criação do mundo, por exemplo (Gn 6:6) – não devemos entender que Deus voltou atrás em alguma coisa. Nós é que mudamos de posição em relação a ele. Norman Geisler compara isto ao nosso caminhar ao vento: se estamos andando contra o vento, dizemos que o vento nos é contrário; mas se mudamos de direção e passamos a caminhar na mesma direção que ele, dizemos que o vento está ao nosso favor. Na verdade, o vento continua soprando na mesma direção, nós é que mudamos de posição em relação a ele.
Assim é Deus. O universo teve um começo (Gn 1:1; Jo 1:3; Cl 1:16) e muda constantemente. Mas Deus, que é a Causa imutável de todas as coisas, que existe antes da eternidade (Cl 1:17; Sl 90:2; Jo 17:24) não pode mudar. Ele existia antes da existência do tempo (2 Tm 1:9). Por ser eterno e possuir sua essência e caráter imutáveis, Ele não pode mudar. Ele não pode cancelar a remissão dos pecados, não pode voltar atrás na sua redenção, não pode abrir mão do pecador que se arrepende e crê, não pode reescrever o escrito de vívida que foi cancelado, não pode lançar no inferno ou imputar novamente condenação àqueles que estão em Cristo Jesus, pois isto seria ir contra o seu caráter e a sua Palavra.
Alguns textos são cruciais para aprofundar esta compreensão: Nm 23:19; 1 Sm 15:29; Sl 102:26,27; Ml 3:6; Hb 6:18; 13:8; 2 Tm 2:13; Tg 1:17. Em 2 Tm 2:13 o apóstolo Paulo afirma que Deus permanece fiel mesmo que sejamos infiéis, porque Ele não pode negar a si mesmo. Isto significa que fidelidade é parte essencial do caráter de Deus. Ele não possui fidelidade, Ele é a própria fidelidade. Como Deus seria infiel a nós indo contra a sua própria Palavra que diz que: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”? (Rm 8:1). Ele, primeiro, teria de deixar de ser Deus. E isto é impossível.

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